Para a direção da entidade, “visão sinérgica” da empresa nada mais é do que uma desculpa para cortar empregos, reduzir as redações e lucrar às custas da demissão dos trabalhadores e trabalhadoras
Na mesma semana em que anuncia o fechamento de cotas de patrocínio de R$ 1,08 bilhão para propaganda de anunciantes na Copa do Mundo 2018, a Rede Globo demite dezenas de jornalistas da área de esportes dos quais oito profissionais são de São Paulo.
Em nota, a rede afirma que o projeto de reestruturação, que unificou as redações da TV aberta, da TV por assinatura e da internet, “não nasceu com o objetivo de cortar pessoas e sim de rever a forma de atuação das diferentes áreas”.
Desde o começo do ano os jornalistas têm sido obrigados a se desdobrar para atender à produção de conteúdos dos canais pagos, da TV aberta e da internet e, além da sobrecarga de trabalho, os profissionais temem que mais demissões ocorram devido à “reestruturação” promovida por Roberto Marinho Neto, que assumiu a área de esportes.
Para a direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), a medida precariza as condições de trabalho e penaliza tanto os que continuam na empresa quanto os demitidos e que se dedicaram para que a Globo mantenha uma lucratividade como a dos bancos, da ordem de quase R$ 2 bilhões em 2016, como aponta o balanço da rede.
“O que a Globo chama de ‘visão sinérgica’ para justificar as demissões nada mais é do que uma conversa para cortar empregos e reduzir as redações. É mais mais um meio de manter a lucratividade exorbitante da rede às custas de seus trabalhadores e trabalhadoras”, critica Paulo Zocchi, presidente do Sindicato.
Escrito por: Flaviana Serafim – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo