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Sem diálogo, UOL acaba com home office nos plantões e piora as condições de trabalho das e dos jornalistas

Redação - SJSP

No final de setembro, a direção de conteúdo do UOL tomou uma medida unilateral de acabar com o home office nos plantões de fim de semana, feriados e do final de ano. A empresa, que já havia extinto a política de trabalho híbrido sem qualquer diálogo com seus jornalistas, comunicou a mudança sem esclarecer como as mudanças afetarão as equipes e nem compartilhou os motivos da decisão.

No dia 1º de outubro, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) enviou à empresa uma carta coletiva escrita pela redação do UOL, compartilhando as preocupações de toda a equipe. Infelizmente, as e os responsáveis pela empresa não responderam a mensagem e nem deram qualquer satisfação às e aos jornalistas.

Na última quinta-feira, o Sindicato fez um novo apelo para que a direção tivesse maior transparência perante sua equipe editorial, além de reivindicar que ao menos a empresa disponibilize transporte às pessoas que estarão no plantão.

Diante de um novo e lamentável silêncio, compartilhamos a seguir o manifesto das e dos jornalistas do UOL:

“Nós, jornalistas do UOL, manifestamos nossa insatisfação com a decisão unilateral da direção de conteúdo de acabar com o home office nos plantões de fim de semana, feriados e no fim do ano.

O anúncio não considera as questões sobre segurança levantadas nos últimos anos e noticiadas pelo próprio UOL. Estabelecemos aqui alguns pontos:

  • O prédio está localizado em uma área conhecida pela insegurança. Houve uma mitigação de possíveis riscos com a presença de seguranças e o esquema de vans para o transporte ao metrô em dias úteis. Mas esses serviços não funcionam aos fins de semana e feriados.
  • O risco de violência nos fins de semana é maior, pois os comércios estão fechados, há pouca circulação de pessoas e pouco policiamento.
  • Restaurantes nas proximidades fecham aos fins de semana, restringindo também as opções para almoço/jantar dos plantonistas.
  • O uso de carros de aplicativos para os fins de semana pode ser uma opção de mitigação desses problemas, mas não a solução. Em alguns horários, como domingo à noite, há pouca oferta de carros na região.
  • Além disso, os carros de aplicativos não estão imunes a situações de violência. Assaltos quebrando o vidro do carro são práticas comuns. Noticiamos isso recentemente no UOL.
  • A decisão vai contra a política de diversidade da empresa, já que prejudica quem mora longe ao aumentar o tempo de deslocamento. Aos fins de semana há uma oferta menor de trens da CPTM, com intervalos que podem chegar a até 35 minutos. As linhas de ônibus também estão sujeitas a essa lógica. Mais tempo de deslocamento está ligado a um menor nível de bem-estar e produtividade.
  • A mudança também afeta diretamente mães e pais, uma vez que a disponibilidade de creches é escassa aos fins de semana.
  • O trabalho nos fins de semana inclui colaboradores da empresa, que trabalham remotamente, e funcionários de outros estados. Portanto, estar fisicamente na redação não significa que a redação estará com a equipe completa presencialmente – a depender do horário, é possível que apenas dois funcionários estejam na redação, dada a dinâmica das equipes.

A direção diz querer melhorar o “desempenho/entrega”. Também cita “outras medidas” a serem anunciadas.

Temos consciência de que a empresa não é obrigada a justificar toda decisão estratégica a seus funcionários, mas, dado o impacto de uma mudança como essa sobre a vida de todos, nós consideramos justo ter a oportunidade de ao menos discuti-la.

Estamos cientes que há trabalhos excepcionais que exigem a presença na redação, como o realizado durante as eleições. No entanto, em relação aos demais fins de semana, feriados e fim do ano, gostaríamos de entender quais foram os problemas identificados e discutir juntos possíveis soluções menos drásticas.

A intenção desta manifestação é conciliar as necessidades da empresa com o bem-estar de todos os plantonistas. Estamos disponíveis e dispostos a conversar e estabelecer um acordo coletivo sobre o tema.”

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