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Rumos da economia são debatidos no Sindicato

Rumos da economia são debatidos no Sindicato


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Economistas acreditam que país não enfrenta o caos econômico

 

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) sediou na noite de segunda-feira (22) o debate “A economia brasileira ruma para o caos?”. A questão foi o tema da terceira rodada do Ciclo de Debates: Que Brasil é Este? promovido pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé em parceria com a Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.

O debate teve a participação dos economistas Luiz Carlos Bresser Pereira, professor emérito da Fundação Getúlio Vargas e ex-ministro da Fazenda, da Administração Federal e Reforma do Estado e da Ciência e Tecnologia, e Leda Paulani, professora da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo e ex-secretária Municipal de Planejamento da cidade de São Paulo e Guilherme Santos Mello, professor do Instituto de Economia da Unicamp e pesquisador do Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica (CECON-UNICAMP). O presidente do Sindicato, Paulo Zocchi e do Instituto Barão de Itararé, Altamiro Borges, compuseram a mesa.

Os três economistas concordaram que a economia brasileira não caminha para o caos, pois possui fundamentos sólidos que não justificam esta avaliação, mas que atravessa um período com muitas dificuldades. No entanto, eles discordam dos motivos que determinaram o atual quadro econômico.

Ligado ao PSDB, principal partido de oposição ao governo da presidenta Dilma Rousseff, Bresser Pereira acredita que Dilma recebeu uma “herança maldita” do governo Lula, apesar dele conseguido reduzir a desigualdade social. “O ex-presidente adotou um modelo de exportação de commodities, que acelerou a desindustrialização do país e o levou à beira da estagnação. Quando os produtos brasileiros se tornaram menos atraentes no exterior, com a crise internacional, a presidenta acabou perdendo o controle fiscal. Portanto, as expectativas não são otimistas”, disse ele.

Terrorismo econômico

 

Leda Paulani concordou que existam dificuldades na economia, mas discordou dos motivos apontados por Bresser Pereira. “É fato que o Brasil está funcionando em um nível abaixo de sua capacidade produtiva. Pressionada pelo discurso neoliberal e refém do terrorismo econômico praticado pelos liberais, a presidenta adotou uma política de austeridade em um momento que o país apresentava sintomas recessivos. Foi o seu equívoco”.

Segundo Leda, Dilma atendeu aos apelos de uma elite que ela classificou como predatória e irresponsável. “O que prejudicou o Brasil foram três décadas de políticas neoliberais que enfraqueceram a economia. Foi necessária a entrada do presidente Lula para reverter a desigualdade e a distribuição de renda, mas que não atingiu a distribuição de riqueza. Dilma enfrenta o cerco das elites conservadoras, que fecharam o cerco contra os governos do PT, mas que são os principais responsáveis pela crise econômica atual”, analisa ela.

Já Guilherme Mello também não concordou com a tese de Bresser que o ex-presidente Lula entregou o país arrebentado para Dilma e isso explica as dificuldades atuais. “O principal problema é que há uma grave crise no capitalismo. Até então funcionou o modelo de conciliação econômica, onde o capital ganhou muito, mas os assalariados também ganharam algo. Mas esta fórmula está se esgotando e já não funciona mais. Para reverter a situação, Dilma fez uma aposta errada acreditando que os empresários brasileiros iriam investir na produção e esvaziou o investimento público. Houve um erro de avaliação na antropologia do empresariado, que tem característica rentista e importadora”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: Instituto Barão de Itararé

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