O repórter Yan Boechat, que presta serviços para várias publicações, entre as quais o Valor Econômico, IstoÉ e Época, foi espancado covardemente no dia 15 de outubro em São Paulo por um grupo de 13 policiais militares. Eles tentaram impedir que ele registrasse imagens da agressão de um manifestante durante os protestos.
Yan, que é jornalista profissional há 15 anos, foi agredido com chutes, socos e cassetetes porque estava fotografando dois policiais batendo de forma covarde em um dos voluntários do Grupo de Apoio aos Protestos Populares (GAPP). “Foi uma agressão gratuita, que tinha como único objetivo me intimidar e impedir que eu praticasse o saudável e fundamental ato de registrar as coisas que acontecem em uma manifestação pública”, relata ele.
Ele conta que costuma utilizar capacetes durante os protestos como forma de se proteger, mas que o episódio foi extremamente grave pelo que ele representou. “Fui agredido pela única razão de estar com uma câmera na mão diante do abuso de poder de um representante das forças de segurança. Minha carteira da Federação Nacional dos Jornalistas, que ampliei e colei em uma antiga credencial para expor, ainda mais minha condição, não foi nenhum impedimento para que o soldado da Polícia Militar iniciasse a agressão”, conta.
Foi tudo rápido, relata o repórter. Ele bateu no rapaz, me viu fotografando e disse:
— Não me fotografa, seu fdp(…).
Tentei mostrar minha carteira da Fenaj e gritei:
— Estou trabalhando.
Ele levantou o cassetete e, antes de me acertar pela primeira vez, disse:
— Eu também.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo repudia a agressão covarde realizada pelos Policiais Militares contra profissionais de imprensa, exige a identificação e punição dos agressores e está à disposição do profissional para as medidas judiciais cabíveis.
Foto – Gabriela Batista