A Regional Sorocaba do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) participou na última terça-feira (10) de um ato de repúdio, em frente ao Ministério Publico Estadual da região, contra o promotor público Jorge Marum, que fez comentários machistas em uma rede social sobre o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) deste ano.
Conhecido por seu posicionamento conservador, o promotor disse que a “mulher nasce uma baranga francesa que não toma banho, não usa sutiã e não se depila” e que “só depois é pervertida pelo capitalismo opressor e se torna mulher”. Esse uso de palavras preconceituosas e estereotipadas, fez com que a Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Sorocaba, juntamente com o Sindicato dos Jornalistas, movimentos sociais, coletivos e setoriais de mulheres realizassem uma manifestação contra Marum.
O Sindicato, representado pela diretora Fabiana Caramez se somou a essa luta e defendeu os direitos das mulheres. “Ironizar essas questões é desconsiderar e desrespeitar a luta das mulheres contra a violência. O papel de um promotor é resolver os problemas da sociedade e não aflorar o senso comum e reforçar o pensamento machista”.
Fabiana revelou que a cada hora pelo menos uma mulher morre no mundo por causa da violência. Segundo ela, o mínimo que o promotor deve fazer é se desculpar. “Nós queremos que ele se retrate, porque não é uma questão política, é um problema de gênero. A mulher é um ser humano e não um objeto, que cria base para essa violência”, afirmou.
No ato também foi protocolado uma moção de repúdio às intervenções de Jorge Marum. O presidente da subsede Sorocaba da CUT, Alex Fogaça de Camargo, esteve na manifestação, lamentou a fala do promotor. “O que ele disse fere a honra e integridade das mulheres. A sociedade não pode se calar diante disso”, disse Fogaça.
Feminicídio
Entre 1980 e 2010 foram assassinadas mais de 92 mil mulheres no Brasil, 43,7 mil somente na última década. Segundo o Mapa da Violência 2012 divulgado pelo Instituto Sangari, o número de mortes nesse período passou de 1.353 para 4.465, o que representa um aumento de 230%. Já o Mapa da Violência 2013: Homicídios e Juventude no Brasil revela que de 2001 a 2011, o índice de homicídios de mulheres aumentou 17,2%, com a morte de mais de 48 mil brasileiras nesse período. Só em 2011 mais de 4,5 mil mulheres foram assassinadas no país.
Legenda: Fabiana defende as mulheres no ato
Foto: Adival Pinto
Da Redação com informações da CUT