Rede Anhanguera de Comunicação, de Campinas, descumpre acordo judicial e segue desrespeitando jornalistas, gráficos e administrativos
A Rede Anhanguera de Comunicação (RAC), que publica o Correio Popular, de Campinas, continua sem pagar salários e benefícios de seus trabalhadores e trabalhadoras, descumprindo acordo judicial, firmado em julho com Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, depois de um ano e meio de constantes atrasos nos pagamentos.
Reunidos no último dia 30 em frente à sede da empresa, na Vila Industrial, os jornalistas, gráficos e administrativos decidiram realizar assembleia na próxima segunda-feira (11), no mesmo local, a partir das 14h. Até lá, caso a RAC não faça os pagamentos devidos, os trabalhadores entrarão em greve.
O acordo com o TRT determinou à rede a realização de pagamentos semanais de 25% do salário do mês vencido, bem como dos vales refeição e alimentação. O primeiro pagamento foi no último 7 de julho e deveria ter continuado sempre às sextas-feiras nas semanas seguintes, mas desde 11 de agosto nenhum valor foi pago.
O acordo judicial definiu também que o salário de maio e 25% do salário de abril fossem pagos até setembro e, ainda no mês de agosto, uma nova negociação deveria ser discutida para quitação de salários e benefícios atrasados nos seis primeiros meses do ano, além do 13º de 2016 que segue sem pagamento.
Atrasos e outras irregularidades frequentes
Após um ano e meio enfrentando atrasos frequentes de salários e benefícios, os trabalhadores cruzaram os braços nos dias 28 e 29 de junho último, fazendo com que o dissídio fosse julgado pela Justiça do Trabalho depois de ação movida pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e pelos sindicatos dos gráficos e administrativos.
Além de prejudicados pelos pagamentos em atraso, a rede também tem praticado outras irregularidades contra os trabalhadores, entre as quais a falta de repasse dos valores descontados de Imposto de Renda na folha, fazendo com que muitos profissionais caíssem na malha fina da Receita Federal.
A RAC também deixou de pagar o adicional de 1/3 de férias, mas desconta o valor do mês seguinte ao retorno do trabalho. Os problemas se estendem, ainda, ao recolhimento do Fungo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), irregularidade que já levou à autuação da empresa pelo Ministério do Trabalho.
Escrito por: Flaviana Serafim – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo