Proposta patronal traz perdas aos jornalistas

Já houve três rodadas de negociações da Campanha Salarial de Jornais e Revistas da Capital, mas até agora não há avanços significativos. Nosso eixo é “defesa dos salários e dos empregos”, e a proposta apresentada pelos patrões é a de reajuste em duas parcelas – uma em 2015 e outra 2016 – de 4,29%, frente a uma inflação acumulada em 8,76% em 1º/6/2015.

Segundo o economista Washington Lima, que participa da bancada do Sindicato dos Jornalistas nas negociações, a aplicação da proposta patronal causaria uma perda em um ano equivalente a 35,77% do salário de cada jornalista. É uma proposta de arrocho dos salários dos jornalistas, ainda mais inaceitável em um momento no qual a inflação continua em alta.

Na mesa de negociações, a direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo deixou claro que os jornalistas não aceitam nenhum índice abaixo da inflação. Na última reunião, os patrões não melhoraram as cláusulas econômicas. Na mesa, foram renovados 44 dos 65 itens da Convenção Coletiva, e abriu-se a discussão sobre os itens restantes, incluindo pontos de nossa pauta que não constam da atual Convenção, como as cláusulas em defesa do emprego (restrição a demissões em massa) e a licença-maternidade de seis meses.

A bancada do Sindicato dos Jornalistas reiterou a defesa dos salários e empregos e demonstrou sua oposição às propostas apresentadas, sobretudo com o parcelamento da inflação de 8,76% em duas vezes e com as demissões que estão sendo realizadas pelas empresas na Capital. No Interior e Litoral, diante de um quadro em que a proposta de reajuste salarial é de apenas 4,5% de reposição, as negociações foram suspensas pela ofensiva antissindical do jornal A Tribuna, de Santos, que demitiu oito jornalistas, incluindo dois dirigentes sindicais da Baixada Santista.

A diretoria do Sindicato está visitando as redações para debater a situação com a categoria, visando a ampliar a pressão sobre as empresas. Uma nova rodada na Capital acontece em 30 de julho, às 11 horas.

Valor reivindicado pelo SJSP (INPC 8,76% + 3%) em 2015

 Elaboração: Economista Washington Luiz Moura Lima