O painel “O exemplo pedagógico do jornalismo público”, realizou-se na manhã de quinta-feira (3) e teve a participação do presidente da FENAJ, Celso Schröder, e de Nelson Breve, diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação, que afirmou ter assumido a EBC por acreditar na possibilidade melhorar o jornalismo público.
Nelson contou um pouco do trabalho realizado pela EBC, como a Agência Brasil, a Rádio Nacional e a TV Internacional. “A missão da EBC é criar e difundir conteúdos que contribuam para a formação crítica das pessoas. O jornalismo precisa ser um serviço público que deve prover o direito de saber e o de dizer da sociedade. Os jornalistas têm que tratar os assuntos como interesse público”, defendeu.
O presidente da Empresa Brasil de Comunicação disse que há cerca de dois anos e meio instituíram o Manual de Jornalismo da EBC, o qual quer transformar em “doutrina” e cultura da instituição, bem como de exemplo para outras empresas. “Acolhemos o Código de Ética dos Jornalistas da FENAJ dentro de nosso manual. Acredito que já somos uma referência no jornalismo”, afirmou.
Já o presidente da FENAJ, Celso Schröder, situou o jornalismo na sua contribuição histórica para a constituição da democracia. Alguns atores ajudaram nesta tarefa, um deles foi o Daniel Herz. “A partir de um olhar de esquerda, ele dizia que a democracia não seria possível sem a democratização da comunicação. Não era estratégico para os jornalistas fazerem jornalismo se não houvesse a democratização. Então aprofundamos, em 1995, o conceito de democratização da comunicação”.
Peculiaridade e singularidade
Para Schröder, o jornalismo é uma forma peculiar de comunicação e tem papel singular na história da democracia. “Nesse momento em que lembramos a falta de democracia no período da ditadura militar, vemos a contradição do capital que quer dar a falsa ideia de democratização da comunicação. Um dos primeiros sindicatos que surgiram [no Brasil] estava ligado ao jornalismo, foi o dos gráficos. Daí pela primeira vez os trabalhadores tiveram a oportunidade de ver a informação na totalidade, como os empresários, porque antes eles não tinham acesso”, destacou.
O presidente da FENAJ defendeu que cabe aos trabalhadores defenderem a qualidade da democracia. “A instância civilizatória da democracia não deve ser relativizada. A classe dominante usa a comunicação de maneira instrumental”, sustentou, lembrando que tanto o Estado como as empresas privadas devem estar balizadas por princípios públicos, pois a natureza desses serviços é pública. “Independente de onde atuamos, temos que cumprir o papel público do jornalismo”, sentenciou.
por FENAJ