O portal Terra anunciou nesta quarta-feira (13) a demissão em massa de cerca de 100 trabalhadores em várias praças, incluindo jornalistas de São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Na capital paulista foi desfeita toda a equipe de fotografia e demitido inclusive o diretor-executivo. Já em Porto Alegre (RS), 16 profissionais foram desligados, sobrando apenas quatro repórteres.
A direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) trava há anos uma difícil negociação com as empresas de Internet, uma vez que elas não reconhecem a existência de jornalistas em seus quadros, mas os caracterizam como trabalhadores do ramo de Internet, que cumprem jornada de trabalho de 8 horas diárias (ou 44 horas semanais), contra as 5 horas ou 7 horas do ramo jornalístico (ou de 30 a 42 horas semanais). Há, portanto, muita diferença na Convenção Coletiva de Trabalho das duas categorias, prejudicando os jornalistas.
“O Sindicato tentou negociar com as empresas para que os portais reconhecessem a existência de jornalistas em seus quadros, mas até agora não fomos recebidos. Desde o início da nossa Campanha Salarial, que envolve os jornalistas de Internet, estamos tentando marcar com as empresas, mas também estamos encontrando dificuldade. Na semana passada, já havíamos divulgado que iríamos tomar as medidas necessárias para forçar a negociação”, diz o presidente do Sindicato, José Augusto Camargo (Guto).
As empresas de Internet se recusam, portanto, a fazer as homologações no Sindicato dos Jornalistas. Por este motivo, a direção da entidade aconselha que os profissionais demitidos, que trabalhem com conteúdo, reportagem fotográfica, ilustração e todas as atividades consideradas jornalísticas em São Paulo que procurem imediatamente o Departamento Jurídico (F: 11 3217-6299 ramal 6293) para fazer com que a empresa, finalmente, os reconheça na Justiça como jornalistas.
Celso Schröeder, presidente da Fenaj, repudiou a demissão em massa de funcionários do portal Terra. O dirigente afirma que “há uma crise econômica infundada na qual os grandes empresários usam o cenário desfavorável internacional para justificar uma má gestão. “No Brasil não há uma crise econômica, muito pelo contrário. Tanto é que o setor vem ganhando incentivos do governo que não são revertidos para os trabalhadores”.
