Contraproposta patronal é de reajuste salarial de 2,5%, abaixo da inflação de 3,35% acumulada desde a data base da categoria
O plebiscito da Campanha Salarial de Jornais e Revistas do Interior e Litoral començou nas empresas no último 27 de julho e segue até a próxima quinta-feira (3), para que os jornalistas do segmento possam avaliar e decidir se aceitam ou não a contraproposta dos patrões. Confira o calendário e participe da votação.
Depois de quatro rodadas de negociação, num cenário de inflação acumulada anual em 3,35% (INPC), a proposta patronal que será decidida pela categoria é a seguinte:
1 – Reajuste de 2,5% no piso salarial de 5 horas diárias, que passa de R$ R$ 2.420 para R$ 2.480,50, e nos demais salários. No caso do piso de 7 horas, o valor passa de R$ 3.872 para R$ 3.968,80;
2 – Reajuste de 2,5% no vale refeição, com valor mínimo que passa de R$ 11 a R$ 11,27, e no vale alimentação, que aumenta de R$ 233 para R$ 238,82;
3 – Manutenção do mesmo valor para os outros itens da pauta econômica, como a Participação nos Lucros e Resultados (PLR);
4 – Renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), exceto a cláusula 6ª, mantendo a multa de 1/90 pelo atraso no pagamento de salários, mas passando o início da multa do 1º para o 11º dia de atraso.
A contraproposta em plebiscito representa um pequeno avanço das cláusulas econômicas, resultado da pressão do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) na mesa de negociação. Nas rodadas anteriores, os empresários começaram querendo reajuste “zero” e, depois, propuseram apenas 1,66%.
O índice de reajuste que será votado é menor que a inflação medida pelo INPC de maio de 2016 a junho de 2017, pois, assim como no ano passado, as empresas continuam alegando crise e afirmam não ter condições para repor o percentual integralmente. Os empresários disseram ainda, que, caso a proposta em votação não seja aceita pela categoria, retomam as negociações reduzindo a proposta de reajuste novamente para 1,66%.
Direitos garantidos, sim. Reajuste abaixo da inflação, não
Além da pauta econômica, a possibilidade de renovar a CCT, com manutenção de cláusulas sociais e econômicas diante do cenário político e econômico incerto, também é avanço significativo, avaliam os dirigentes do SJSP.
Isso porque, no início da Campanha Salarial, a primeira proposta dos patrões foi a retirada de diversos pontos da Convenção Coletiva, excluindo itens como a PLR, hoje no valor de R$ 955, além da obrigatoriedade do seguro de vida e dos 40% do adiantamento salarial. Como a tentativa de retirar direitos foi prontamente rechaçada pelos jornalistas, os empresários acabaram recuando.
Na opinião dos sindicalistas, considerando a conjuntura econômica e política que atinge o país, os profissionais podem aprovar a contraproposta das empresas, o que vai preservar a atual Convenção Coletiva. Porém, ao aceitar um reajuste abaixo da inflação, a recuperação das perdas salariais será postergada para outro momento, alertam os dirigentes.
Por isso, a direção do SJSP não concorda com o reajuste abaixo da inflação e propõe a continuidade da campanha para garantir ao menos a correção dos salários pela inflação de 3,35%.
Confira o calendário do plebiscito na sua redação e participe.
Escrito por: Flaviana Serafim – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo