Com arrogância, intransigência patronal pode levar decisão da campanha salarial de Rádio e TV ao TRT
Na manhã desta quinta-feira (2), houve a primeira audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), após várias tentativas de negociação da campanha salarial de rádio e TV sem êxito por parte dos patrões que insistem em reajuste de 6%, enquanto a proposta dos jornalistas prevê reajuste pela inflação de 10,97%.
Nem mesmo, a proposta do desembargador vice-presidente judicial Wilson Fernandes, de reajuste salarial pelo INPC integral, com 50% do índice na data base e os 50% restantes, a partir de 01/06/2016, sem o pagamento de retroativos foi aceita.
A bancada de negociação do Sindicato dos Jornalistas se dispôs a submeter a proposta apresentada pelo desembargador Wilson Fernandes à categoria.
Diante da negativa da bancada patronal, o desembargador ainda insistiu, e propôs nova audiência conciliatória, que foi rechaçada pelos empresários, que alegaram não haver possibilidade de melhorar sua proposta.
“O Sindicato tentou acordo em diversas rodadas de negociação e o argumento foi sempre o mesmo – a situação da economia brasileira e a consequente perda de faturamento. Mas os números não mentem e mostram que as empresas do setor se mantêm sólidas e lucrativas, com crescimento da publicidade e com o benefício da desoneração fiscal, que beneficia principalmente as empresas de comunicação que os usa para demissões em vez de preservar salários e empregos”, argumentou o presidente do SJSP, Paulo Zocchi.
A previsão é de que a partir de agosto o dissídio coletivo possa ser julgado pelo Tribunal Regional do Trabalho.
Leia a íntregra da ação de defesa do SJSP
Foto Vitor Ribeiro