O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), na manhã do último sábado (29), promoveu em parceria com a Secretaria de Política para as Mulheres da Prefeitura Municipal de São Paulo atividade onde foi discutida a questão da imagem da mulher na mídia.
A oficina, que levava o tema “O espaço da mulher no jornalismo”, contou com a participação de 30 jornalistas, em sua grande maioria mulheres. Para tratar do tema, a atividade foi divida em três partes: abertura, palestras e por fim, o debate.
Abrindo a atividade, José Augusto Camargo (Guto), presidente da entidade, comentou dados do Sindicato, situando o espaço que a mulher ocupa no jornalismo. Por exemplo, que elas inverteram a situação e hoje são maioria na profissão (56,5%) e nos números de homologações. Apesar disso, elas ainda são minorias nos cargos de chefia e continuam recebendo salários mais baixos que os homens.
Guto disse o quão importante é o trabalho jornalístico para a sociedade e como ele pode mudá-la. “Acredito que nosso grande problema é que ainda construímos uma sociedade discriminatória. Nós, jornalistas, podemos mudar esse olhar do cidadão, podemos, no dia a dia, trabalhar com as minorias, para que um dia elas deixem de ser tratadas assim”.
Denise Motta Dau, secretária de Políticas Públicas para Mulheres da Prefeitura de São Paulo falou sobre a importância de uma mídia democrática também na questão de gênero. “As mulheres jornalistas, principalmente as que trabalham com TV, são majoritariamente brancas e magras. A regulação da mídia é essencial para que mude a forma de como a mulher é abordada e apresentada pela mídia. Nós queremos nos ver nos meios de comunicação, ver mulheres reais”, afirmou a secretária.
Função social
Roseli Fígaro, professora da Escola de Comunicação e Artes da USP, apresentou dados de sua pesquisa “As mudanças do mundo do trabalho dos jornalistas em São Paulo” e causou espanto entre as participantes quando disse: “As pesquisas mostram que os jornalistas não têm clareza de sua função na sociedade”.
A psicóloga Raquel Moreno, que é pesquisadora e fundadora do observatório da mulher e autora de dois livros: “A Beleza Impossível – Mulher, Mídia e Consumo” e “A Imagem da Mulher na Mídia – Controle Social Comparado” focou sua apresentação na questão da imagem da mulher na mídia e afirma que “a escola é peça fundamental e pode sim ajudar as crianças a fazerem uma leitura crítica da mídia, assim, formando telespectadores, leitores e ouvintes mais conscientes”.
Bianca Santana, jornalista especialista em educação e cultura digital, foi a mediadora dos debates. Ela, Raquel e Roseli responderam juntas as perguntas de mais de 10 jornalistas que se inscreveram para a discussão. Os participantes elogiaram a atividade e levantaram outras discussões, que serão retomadas em atividades futuras.
Evany Sessa, secretária de Relações Sindicais e Sociais do SJSP, organizou a atividade e ao final se disse muito feliz com o resultado. “Veio bastante gente e a participação foi muito grande. Elas gostaram e querem mais atividades do tipo. Vamos fazer, é claro, e ficamos felizes porque a participação da categoria é o mais importante para nós do Sindicato”, finalizou a diretora.
Foto 1- Da esquerda para a direita, Guto, Bianca Santana, Raquel Moreno, Roseli Fígaro e Evany Sessa.
Foto 2 – As participantes em foto coletiva
Fotos do Departamento de Comunicação do SJSP