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Palestra no Sindicato sobre Jornalismo Literário reúne vários participantes

Palestra no Sindicato sobre Jornalismo Literário reúne vários participantes


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No último sábado (21), o professor Edvaldo Pereira Lima ministrou palestra sobre Jornalismo Literário no auditório do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, que contou com a participação de um elevado número de estudantes de jornalismo e de profissionais da área.

Logo no início, Edvaldo, que também é jornalista e escritor, citou as três funções do jornalismo. A primeira delas é a de informar, o que faz muito bem na maior parte das vezes; a segunda é a de opinar, julgar e avaliar o que normalmente é feito pelos colunistas e a terceira e última é aprofundar o tema, o que é realizado através da reportagem, considerada a porta de entrada do Jornalismo Literário.

 

A Função do Jornalismo Literário

Para o jornalista, o objetivo do Jornalismo Literário é levar ao leitor dados para que ele compreenda a dinâmica dos acontecimentos. “A função do Jornalismo Literário não é a de dar a informação ou de simplesmente investigar, mas tentar compreender a complexidade da sociedade humana”, explicou.

Diferente do romance, o Jornalismo Literário conta histórias reais, criando uma narrativa fluente e agradável dos fatos. A matriz desse estilo está na arte de saber contar uma boa história.


O Jornalismo Literário e os jornalistas

Segundo o professor, um texto “chato” é um dos motivos que levam o leitor a abandonar a leitura dos jornais. Os números são importantes, mas não são o grande destaque, se você quer que a pessoa compreenda, pois no Jornalismo Literário, é preciso trabalhar o conteúdo, usando a exatidão e a precisão.

Alguns veículos jornalísticos que começam a adotar em suas páginas o Jornalismo Literário tem tido bom retorno do público. “Não conheço nenhum caso de veículo [jornalístico] que tenha se embrenhado pelo Jornalismo Literário e não tenha tido boa repercussão entre os leitores”, afirmou.

Entretanto, Edvaldo alerta para o fato de que profissionais de outras áreas do conhecimento estarem ingressando no Jornalismo Literário, uma vez que os jornalistas têm demonstrado desinteresse nesse campo de atuação que seria próprio da imprensa. Prova disso é o livro “Carandiru”, do médico Dráuzio Varella, que ganhou o prêmio Jabuti de 2000 como o Livro do Ano de Não-Ficção.

Sentir o que ninguém sentiu

O papel do Jornalismo Literário é exatamente o de descobrir  histórias por detrás das aparências. “O Jornalismo Literário deve buscar ver o que ninguém viu, entender o que ninguém entendeu, Sentir o que ninguém sentiu, compreender o que ninguém compreendeu. O que torna todo ser humano potencialmente interessante”.

Nessa área, o repórter deve permitir que sua intuição funcione para perceber a subjetividade. Não se pode fazer Jornalismo Literário apenas pela internet ou telefone. É necessário fazer um trabalho de imersão no ambiente.

O grande motor do Jornalismo Literário, na opinião do professor Edvaldo, é gostar de gente e de escrever.

 

A técnica não deve engessar

As técnicas do Jornalismo Literário existem para serem conhecidas, mas não devem engessar o jornalista-escritor, uma vez que o Jornalismo Literário é autoral e é necessário que cada um descubra o seu estilo próprio de escrita.

Nesse segmento, deve-se unir: pensamento, emoção e intuição. Uma leitura apenas racional dos fatos lhe dará precisão, mas não a emoção, necessária para descrever uma história.

Edvaldo contou ainda que o Jornalismo Literário não é feito apenas de textos longos, assunto esse frequentemente discutido no meio da comunicação, com relação a aderência do público para esse tipo de leitura.

O jornalista usou como um dos exemplos atuais da área Eliane Brum, autora de vários livros e colunista do El País, considerada a profissional de melhor qualidade a praticar o Jornalismo Literário no Brasil.

 

Livros recomendados

Ao final da palestra, o Professor Edvaldo Pereira Lima recomendou a leitura dos seguintes livros de Jornalismo Literário:

– O Olho da Rua, de Eliane Brum;

– Abusados, de Caco Barcellos;

– Fama e Anonimato, de Gay Talese;

– Entretanto foi assim que aconteceu, de Christian Carvalho Cruz

 

Legenda: Professor Edvaldo Pereira ministra palestra no auditório do SJSP

Foto: Departamento de Cursos do SJSP

Texto: Emílio Portugal Coutinho – Casa dos Focas, com Redação

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