Uma roda de conversa abriu a programação do XIX Encontro Nacional de Jornalistas em Assessoria de Imprensa (ENJAI) na tarde do dia 23 agosto. Com o tema: “Cobertura de imprensa e a atuação das assessorias em grandes eventos”, A conversa contou com as participações de Nara Franco, da Rio Eventos, Marisa Bastos, da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro, Mario Andrada, do Comitê Rio 2016 e Luis Erlanger, da Rede Globo. As atividades da tarde foram encerradas com a apresentação da pesquisa “Perfil do Jornalista Brasileiro”.
A Chefe de Comunicação da Rio Eventos Especiais, da Prefeitura do Rio de Janeiro, Nara Franco explicou a função da empresa, criada em 2012, para cuidar dos eventos fora do calendário, como o réveillon e a Jornada Mundial da Juventude. “Não executamos eventos, mas sim centralizamos as demandas de vários entes do Governo responsáveis pela organização e fazer com que possam impactar o menos possível na vida das pessoas. Na nossa avaliação, o grande aprendizado que tivemos foi com a vinda do Papa e isso vai servir para a Copa do Mundo”.
Marisa Bastos, Chefe da Área de Comunicação da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer também explicou toda a estratégia de comunicação do município do Rio de Janeiro no que se refere ao cuidado dos equipamentos esportivos da cidade. No total, são 20 vilas olímpicas para a prática de esportes, sendo que alguns deles podem receber eventos internacionais e todos em áreas carentes. “O que temos é a oportunidade de reforçar a percepção de que o esporte é uma ferramenta de transformação social”, afirmou.
Mario Andrada, Diretor de Comunicação do Comitê Rio 2016, mas que tem larga experiência no setor privado, trouxe para o plenário o enfoque da visão da comunicação de empresas globais sobre os grandes eventos a serem realizados no Brasil. No caso da Nike, por exemplo, onde foi Diretor de Relações Internacionais, a preparação começou há dois anos atrás, como a camisa a ser utilizada na Copa do Mundo. “Em eventos globais dessa magnitude, você não será um competidor se entrar no baile de última hora”. O planejamento, segundo ele, não envolve só a comunicação, mas todo um conjunto de áreas ficam envolvidas dentro do processo.
Luis Erlanger, Diretor da Central Globo de Análise e Controle de Qualidade contou sua experiência de 13 anos como porta-voz da empresa. “Somos apontados como o grande canhão do Brasil, mas temos uma força de penetração enorme”, conta o jornalista, ressaltando que a empresa sempre foi implacável na correção de dados factuais. “A maior parte dos casos de desinformação partiu de fogo amigo, ou seja, colegas que passaram informações equivocadas”, Na sua avaliação, uma assessoria de imprensa não pode transigir com a verdade: “Não podemos expor gratuitamente as nossas mazelas, mas erros acontecem e colocar a cara à tapa é o menor dano possível”. No caso dos grandes evento, Erlanger lembrou que o fundamental numa assessoria é a logística que prevê a certeza da participação dos convidados e a criação de um kit press com abordagem lúdica. “Outro papel também é o de distinguir o interesse público do interesse do público mas o que nos interessa, na verdade, é fazer um mix dos dois senão não estaremos fazendo jornalismo”, afirmou.
No último painel do dia, o Professor Adjunto do Departamento de Sociologia e Ciência Política da Universidade Federal de Santa Catarina Jacques Mick apresentou o “Perfil do jornalista brasileiro: pesquisa UFSC/FENAJ traça o cenário na assessoria de imprensa”. Na pesquisa foram ouvidos 2.731 profissionais e os dados detalharam características demográficas, políticas e de trabalho de três segmentos da categoria: na mídia, em outras atividades fora da mídia e na docência. Uma das conclusões é a de que os jornalistas brasileiros eram, em fins de 2012, majoritariamente mulheres brancas, solteiras, com até 30 anos. E do total de profissionais pesquisados, dois terços tinham renda de até cinco salários mínimos.
Fonte – Fenaj