Os jornalistas brasileiros, organizados na CUT, Fenaj e em sindicatos, têm questões que consideram fundamentais para o pleno exercício da profissão: a democratização dos meios de comunicação – com a consequente e urgente definição de um marco regulatório – e a aprovação da exigência do diploma universitário específico para o exercício profissional, projeto que tramita na Câmara dos Deputados, depois de ser aprovado no ano passado pelo Senado Federal.
Todos sabem que a liberdade de imprensa e de expressão são valores estimados pela categoria. Mas, apesar de a própria Constituição Federal proibir que oligopólios e monopólios dominem os meios de comunicação, menos de dez famílias são proprietárias das empresas de jornais, revistas, rádios, TVs e sites de comunicação de todo o país.
É fato também que esses empresários de comunicação interferem nos rumos da política brasileira e, mesmo não assumindo em seus editoriais, se unem aos banqueiros e aos grandes empresários industriais e do agronegócio para eleger candidatos que lhes “facilitem” a vida, seja no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional ou Assembleias Legislativas.
Como trabalhadores organizados em uma central sindical, os jornalistas devem votar com consciência e eleger candidatas e candidatos comprometidos com os interesses e a luta da classe trabalhadora, além de defender propostas que beneficiem a maioria dos brasileiros e garantam o fortalecimento da democracia.
Os jornalistas que atuam em jornais, revistas, assessorias de imprensa e internet estão em Campanha Salarial. Em breve, também estarão os que trabalham em rádios e TVs. As dificuldades para negociar têm sido imensas e os empresários, donos dos meios de comunicação – os mesmos que utilizam seus veículos para estimular o voto em candidaturas que os beneficiam – sempre alegam perdas para achatar os salários.
Recente pesquisa do Projeto Inter-Meios, que mede questões ligadas ao mercado de comunicação mostra que de janeiro a maio de 2014, os investimentos publicitários no Brasil alcançaram o montante de R$ 13,8 bilhões, um crescimento de 16,5% em comparação com o mesmo período do ano passado.
A TV por assinatura foi o veículo com maior crescimento em arrecadação publicitária, faturando 53,9% a mais do que no mesmo período de 2013. Também são destaques os desempenhos da Internet (alta de 25,2%), TV aberta (19,5%), Rádio (13,6%) e Cinema (10,3%), o que demonstra que os empresários de comunicação não tem do que reclamar. Como eles são detentores de vários meios de comunicação, estão lucrando muito e muito mais.
Mais do que um negócio lucrativo, a Comunicação se transformou em um setor poderoso.
A imprensa sempre foi chamada de quarto poder mas atualmente é considerada também um partido político. Por isso é que os donos da Comunicação têm seus candidatos, apesar de não tornarem públicas suas preferências.
Ao contrário dos barões da mídia, a CUT – central à qual o Sindicato é filiado – sabe que os trabalhadores têm lado e já tornou público seu apoio à reeleição do projeto encabeçado pela candidata Dilma Rousseff. Outras entidades também fizeram o mesmo.
Os jornalistas também devem lutar para impedir a volta do retrocesso, com a eleição de candidaturas que não têm nenhum compromisso com os movimentos sindical e social. Afinal, somos trabalhadores e trabalhadoras da Comunicação.