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Novo secretário de Segurança começa mal e defende uso da bala de borracha

Novo secretário de Segurança começa mal e defende uso da bala de borracha

faixa sjsp

 

O novo secretário da Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, empossado nesta quarta-feira (17) por Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu o uso de bala de borracha pela Polícia Militar (PM) e também o veto ao projeto de lei, aprovado na Assembleia Legislativa, que proíbe a sua utilização em manifestações populares e que já seguiu para o Palácio dos Bandeirantes para sanção do governador.

Os jornalistas são contrários ao uso do equipamento, por que dois profissionais de imprensa ficaram cegos de uma vista por disparo de balas de borracha pela Tropa de Choque da PM e vários foram feridos. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo espera que, com a troca de secretário de Segurança Pública, se elimine a beligerância dos policiais contra a categoria, que tem sido vitimada por ação de policiais despreparados e mau orientados, que praticam abuso de autoridade, agressão a golpes de cassetetes, prisões arbitrárias, violência exacerbada gratuitas etc.

A direção do SJSP acredita que a agressividade da polícia contra jornalistas pesou na queda do agora ex-secretário, Fernando Grela. Recentemente, uma grande faixa com os dizeres “Governador Alckmin. Basta de violência da PM contra jornalistas” foi afixada na fachada da entidade como forma de protesto contra a sequencia de agressões policiais contra a categoria. A entidade espera que o novo secretário abra um diálogo franco e coíba os excessos da Polícia Militar contra os profissionais de imprensa e toda a sociedade civil.

Insustentável

A violência de Policiais Militares contra jornalistas atingiu um nível insustentável. A gota d´água foi o episódio que envolveu o repórter do Jornal Lance!, Bruno Cassucci de Almeida, que após o jogo na Vila Belmiro, cidade de Santos, estava registrando a intervenção da PM em um confronto entre torcedores, quando foi abordado por um policial que o mandou deixar de fazer a cobertura.

Sob a mira de um revólver, recebeu uma revista agressiva, teve todas as imagens registradas apagadas e ainda foi agredido no rosto. Para piorar, momentos depois da agressão, um policial se colocou entre o jornalista e a parede, pegou uma bomba de efeito moral, puxou sua calça e colocou o artefato dentro dela em um ato, atitude que além de humilhante, pode ser classificada como tortura e maus-tratos.

Este tipo de procedimento, que lembra a ação policial em governos autoritários, tem uma razão de ser: a impunidade de maus policiais que teimam em agredir jornalistas sem que nada lhes aconteça. O primeiro foi o repórter cinematográfico Alex Silveira, que durante manifestação de professores na avenida Paulista, em São Paulo, em 2000, ficou cego pelo disparo de bala de borracha desferido pela Tropa de Choque da PM. O agressor nunca foi identificado e punido e, para piorar, também na ação que o jornalista moveu contra o Estado, perdeu a causa e foi considerado culpado.

Anos depois, em 2013, dirante as manifestações populares, foi a vez do também repórter cinematográfico Sérgio Silva perder um dos olhos por disparo de bala de borracha. Também seu agressor não foi identificado e punido, apesar dos vários requerimentos nesse sentido realizado pelo Sindicato junto a todas as autoridades do Estado. A repórter Giuliana Vallone , a serviço da TV Folha, também recebeu um disparo no olho e só não perdeu a visão por que o óculos que utilizava amorteceu o impacto da bala. Em 2011, o repórter fotográfico Osmar Bustos, a serviço do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e correspondente para os jornais argentinos Página 12 e Toda Notícia, foi alvejado nas costas com duas balas de borracha disparadas por PMS.  Além desses, cerca de 70 trabalhadores da imprensa foram agredidos por policiais, alguns deles detidos ilegalmente, atacados com golpes de cassetetes ou feridos por estilhaços de gás lacrimogênio. Todos estavam cobrindo manifestações em vias públicas, a serviço de bem informar a população e devidamente identificados como representantes da imprensa.

O Sindicato, desta vez, exige do governo do Estado, através de seu representante maior, o governador Geraldo Alckmin, a  rigorosa investigação e punição dos agentes envolvidos não somente na recente agressão ao repórter do jornal Lance!, com o nos episódios dos demais jornalistas, inclusive com a exoneração, a bem do serviço público, dos envolvidos nestes vergonhosos episódios.

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