A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) protestam contra a prisão da jornalista russa Marina Ovsyannikova, que levantou um cartaz contra a guerra na Ucrânia na segunda-feira (14/3), durante a transmissão ao vivo em um telejornal russo no qual trabalha. Quando a âncora enunciava o noticiário, a jornalista levantou um cartaz atrás, transmitido ao vivo e visto por milhões de russos. O cartaz, feito à mão, dizia: “Não à guerra. Não acredite na propaganda. Você está sendo enganado aqui. Os russos são contra a guerra.”
A jornalista foi imediatamente presa, levada pelas autoridades e ficou incomunicável durante muitas horas, num ato autoritário e ilegal, privada de contato com familiares e sem qualquer tipo de auxílio jurídico, enquanto era submetida a longo interrogatório. Enfrenta agora o risco de prisão por longo período.
A Fenaj e o SJSP condenam essa violência contra a jornalista, exigem sua imediata libertação, e se manifestam em defesa da liberdade de expressão e do direito de consciência dos jornalistas, direitos democráticos e universais. Independentemente das questões geopolíticas envolvidas e da complexidade deste e de outros conflitos que ocorrem no planeta, profissionais de imprensa têm direito ao exercício da cidadania, e inclusive de se posicionar contra as posições editoriais dos órgãos de imprensa nos quais trabalham.
A Fenaj e o SJSP se somam às palavras do secretário-geral da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), Anthony Bellanger, que declarou: “Nos solidarizamos com a jornalista russa Marina Ovsyannikova, vítima da recente lei de mídia abusiva aprovada na Rússia. Apelamos às autoridades russas para que a libertem imediatamente e congratulamo-nos com os esforços internacionais para garantir a sua libertação”.
A Federação Nacional dos Jornalistas e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo condenam a guerra na Ucrânia, que não interessa nem ao povo russo, nem ao povo ucraniano, nem aos povos do mundo. Lamentam o morticínio em curso e as mortes de jornalistas que estão cobrindo o conflito. É necessário o imediato cessar-fogo e o fim da violência de todos os envolvidos na guerra, responsáveis pela destruição, dor e morte de milhares de inocentes que nada têm a ver com os interesses políticos e econômicos dos poderosos da Rússia, da Ucrânia ou da Otan.
Viva a democracia! Não à guerra. Liberdade imediata para a jornalista Marina Ovsyannikova!
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Federação Nacional dos Jornalistas