O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) acompanha com grande atenção o inquérito policial determinado pela 4ª Vara Criminal de Ribeirão Preto, a pedido da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), a respeito da reportagem do jornalista Gilberto Nascimento publicada pelo jornal The Intercept em 20 de julho de 2022, intitulada “Igreja Bilionária”.
A reportagem denunciou uma operação de lavagem de dinheiro que, em cinco anos, movimentou 33 bilhões de reais.
No começo de abril, a emissora já vinha pressionando o jornalista Gilberto Nascimento, exigindo saber qual a fonte do jornalista, alegando quebra de sigilo em processo que envolvia o empresário condenado, mas não contesta os dados publicados. O objetivo da igreja é que o jornalista revele suas fontes, o que é inadmissível. Agora, ele e a editora geral do jornal, Tatiana Dias, foram convocados para prestar depoimento nesta terça-feira, dia 09 de maio. A emissora de Edir Macedo insiste em saber quem são as fontes que colaboraram para a matéria. Esse é um claro ataque aos jornalistas e às fontes que têm seu direito de sigilo e anonimato garantidos pelo artigo 5°, inciso XIV, da Constituição Federal de 1988.
Ao tomar medidas judiciais contra eles e contra o The Intercept, a IURD procura intimidá-los e cercear a liberdade de investigação jornalística. A atitude da IURD representa um ataque frontal ao jornalismo e, como tal, será tratado por nós.
O SJSP repudia a ação da emissora e reforça que em todo material jornalístico produzido, as fontes têm direito legal ao sigilo e solidariza-se e presta apoio aos jornalistas Tatiana Dias, Gilberto Nascimento e ao jornal The Intercept e coloca o jurídico do Sindicato à disposição.
Mexeu com um, mexeu com todos.