Depois da ampla comoção gerada pelas ofensas racistas desferidas à apresentadora da TV Globo Maria Júlia Coutinho, mais um jornalista foi vítima de discriminação. Desta vez, o alvo foi o professor Juarez Tadeu de Paula Xavier, coordenador do Núcleo Negro da Universidade Estadual Paulista (Unesp) para a Pesquisa e Extensão (Nupe) e também chefe de comunicação da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Unesp. Pichações racistas que ofendiam mulheres e estudantes negros, além de ofensas pessoais contra o professor Juarez, foram encontradas em um banheiro masculino do campus em Bauru (SP).
Por conta disso, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, por meio de sua Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira), vem a público prestar solidariedade ao jornalista Juarez Tadeu de Paula Xavier. Vale lembrar que este não é um episódio isolado. Além de Juarez e Maria Júlia, as jornalistas Cristiane Damacena e Raíssa Gomes, residentes em Brasília, a apresentadora do SBT, Joyce Ribeiro, a jornalista Juliana Albino, de Campina Grande, e o jornalista baiano Marivaldo Filho foram vítimas de recentes manifestações racistas.
Por isso mesmo apoiamos a iniciativa da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de abrir um processo para investigar o episódio e lembramos que é necessário, como há anos defendem as Comissões de Jornalistas pela Igualdade Racial, apostar em conteúdos de combate ao racismo nas escolas de comunicação social e lutar contra a impunidade quando o assunto diz respeito a delitos de racismo e injúria racial, inclusive nas redes sociais.