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Nossa despedida a Fernando Pacheco Jordão

Nossa despedida a Fernando Pacheco Jordão


Com 80 anos de idade e 60 de profissão, ex-diretor do Sindicato dos Jornalistas faleceu na noite desta quarta-feira (13). Ele se despede, mas deixa um brilhante legado ao jornalismo brasileiro


O jornalismo brasileiro vive hoje um dia triste, pois perdemos, na noite desta quarta-feira (13), Fernando José Pacheco Jordão, 80, um dos grandes nomes da nossa profissão e à qual se dedicou por 60 anos.

Companheiro de luta, sindicalizado desde 1962 e ex-diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), Pacheco Jordão esteve ao lado de Audálio Dantas na direção da entidade de 1975 a 1978, tendo atuação fundamental no enfrentamento à ditadura para desmascarar o suicídio forjado pelos agentes do regime militar para esconder o assassinato de Vladimir Herzog, morto sob tortura na “casa da morte”, como conhecido o Departamento de Ordem Política e Social (Dops) na Rua Tutoia.

Pacheco Jordão começou sua carreira jornalística como redator e locutor em 1957, na extinta Organização Victor Costa em São Paulo, grupo de comunicação que controlava as rádios Cultura, Excelsior e Nacional e, na década de 1960, foi copydesk no Estadão, onde conheceu Herzog.

Além das experiências de trabalho em rádio e no jornalismo impresso, foi na TV que o jornalista expressou sua imensa capacidade criativa, fazendo escola e deixando um legado brilhante aos profissionais do segmento. Foi criador, editor e apresentador do inovador telejornal “Show de Notícias”, da TV Excelsior e, em 1964, foi contratado pela BBC de Londres.

No regresso ao Brasil, em 1968, trabalhou na TV Cultura, onde criou o “Hora da notícia”. Depois de uma década, foi para a Rede Globo como editor do Jornal Nacional em São Paulo e também dirigiu o Globo Repórter, permanecendo na emissora até 1979. Foi, ainda, correspondente da Abril, na França, da IstoÉ, em Londres, e seguiu sua dedicação ao jornalismo fora das redações trabalhando como assessor de imprensa.

Companheiro pessoal de Herzog, com quem trabalhou também na BBC londrina e na TV Cultura, escreveu o “Dossiê Herzog – prisão, tortura e morte no Brasil”, um levantamento minucioso denunciando a tortura institucionalizada no país pelo regime militar, livro que abriu caminho e encorajou a publicação de outras obras sobre a ditadura nos anos de chumbo.

O velório do jornalista ocorre nesta quinta-feira (14), das 14h às 22h, na TV Cultura,  na Rua Cenno Sbrighi nº 378, na Água Branca, zona oeste paulistana. A cremação ocorre na manhã desta sexta-feira (15), no Crematório da Vila Alpina, na Av. Francisco Falconi, 437, Jardim Avelino, zona leste da capital.

Expressamos nosso profundo pesar e solidariedade aos familiares e amigos, bem como nosso agradecimento ao companheiro de tantas lutas que agora se despede, mas que nos deixa o legado de seu bom combate em 80 anos de vida.

Fernando Pacheco Jordão, presente!

Direção – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

 

Foto: Nivaldo Silva/Repórter do Futuro

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