Até em São Paulo, a cidade mais rica do país, milhares de trabalhadores morrem antes de completar 65 anos
Se for aprovada pelos deputados e senadores, a PEC 287 da reforma da Previdência de Temer vai aumentar a idade mínima para aposentadoria para 65 anos, tanto para homens quanto para mulheres.
Acho que para Temer, o Brasil é a Islândia, país com um dos melhores padrões de vida do planeta.
Digo isso porque está claro que Temer ignorou completamente o fato de que, no Brasil, milhões de pessoas morrem antes dos 65 anos de idade, os/as trabalhadores/as enfrentam muitos períodos de desemprego, trabalho precário e baixos salários, as condições de vida e de acesso a serviço público de qualidade são ruins, entre outros problemas que contribuem para um ser humano viver menos.
Até em São Paulo, a cidade mais rica do país, milhares de trabalhadores morrem antes de completar 65 anos.
Segundo estudo da Rede Nossa São Paulo, o tempo médio de vida da população em 36 (TRINTA E SEIS) bairros da capital paulista é de MENOS DE 65 ANOS. Em Cidade Tiradentes a média é de 53,83 anos, Anhanguera (54,9), Jardim Ângela (54,77) e no Grajaú (54,77).
Confira aqui: http://www.nossasaopaulo.org.br/arqs/mapa-da-desigualdade-completo-2016.pdf?v=2
Temer quer piorar ainda mais
Mas, a perversidade de Temer não para por aí. A idade mínima vai aumentar para mais de 65 anos sempre que o IBGE detectar aumento da sobrevida dos brasileiros.
Quer ter uma ideia do que isso representa? Vamos lá: nos últimos dez anos, a sobrevida cresceu 4,6 anos em todo o Brasil. Se as novas regras da Previdência com idade mínima de 65 anos estivessem em vigor há dez anos, a idade mínima hoje seria de quase 70 anos.
A suposta reforma de Temer ignorou completamente a realidade existente no mercado de trabalho; a desigualdade de gênero – as mulheres trabalham diariamente 7 horas a mais do que os homens, têm ocupações mais precarizadas e menores salário. Ignorou também as diferenças sociais e econômicas que interferem na sobrevida dos brasileiros entre as Regiões do país.
Escrito por: Vagner Freitas – CUT