Nesta terça-feira (4), a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) não apresentou nenhuma contraproposta ao Sindicato dos Jornalistas de Sp (SJSP) e aos sindicatos de jornalistas do Rio de Janeiro e do Distrito Federal, aos sindicatos dos radialistas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal e à Comissão Nacional de Trabalhadores que participaram de negociação com a empresa.
A negociação salarial segue travada e a data-base, que foi em novembro de 2018, foi deixada para trás. A EBC se comprometeu a apresentar a proposta aprovada pelos trabalhadores ao Ministério de Economia. Foram discutidos cenários, mas nenhuma proposta efetiva foi feita pela empresa.
O retorno ao pleito dos trabalhadores ficou prometido para os próximos dias. No próximo dia 11, os trabalhadores se reúnem em assembleia para deliberar sobre os próximos passos da luta.
Ainda nesta terça-feira, a EBC apresentou aos trabalhadores, pela intranet, uma nova proposta para o Plano de Cargos e Remuneração (PCR). A empresa deu até o dia 17 de junho para que os trabalhadores apresentem suas contribuições.
A demanda já havia sido apresentada pelos trabalhadores em fevereiro. “O PCR é uma pauta antiga e fundamental para os empregados uma vez que a EBC não tem um plano que diferencia cargos, funções e salários, então tem muita gente com função de responsabilidade ganhando o mesmo de quem outras funções menos complexas.” destaca Eduardo Viné, diretor do SJSP. De acordo com Viné, a ausência do plano gera uma diferença salarial muito grande entre a base e a gerência.
A reunião para tratar do PCR frustra as entidades e a comissão dos empregados.
Nesta Quarta-feira (5 de junho), a proposta de PCR foi levada para conhecimento dos sindicatos e da Comissão dos Empregados da EBC. Mas a proposta ficou aquém das expectativas. De acordo com Eduardo Viné, a proposta apresentada ratifica, a princípio, uma série de acúmulo de funções em diversas atividades da empresa. “A gente vê um grande problema nessa proposta, porque não resolve os problemas específicos das áreas da EBC e adiciona a questão de acúmulo de função, sobretudo para as áreas de ensino médio” destacou.
Na última sexta-feira (31 de maio), o SJSP juntamente com os sindicatos de jornalistas do Rio de Janeiro e do Distrito Federal e os sindicatos de radialistas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal e a Comissão Nacional dos Trabalhadores já havia se reunido com o presidente da empresa, Alexandre Graziani, e com outros diretores para destravar as negociações.
A empresa, então, se comprometeu a buscar uma solução para o Acordo Coletivo. Na ocasião, os sindicatos e a Comissão reapresentaram a proposta aprovada pelos trabalhadores em abril e reafirmaram a necessidade da valorização salarial.
A proposta é de 4,5% de reajuste nos salários com benefício de um ticket extra ou 3,6% nos salários com benefício de dois tickets extras, além da garantia do desconto em folha da mensalidade para sindicalizados e o aceite das demais propostas em mediação no TST.
Trabalhadores mobilizados
Empenhados em cobrar uma posição da EBC, trabalhadores e trabalhadoras da Praça em São Paulo se mobilizaram na última quinta-feira (30 de maio). A manifestação aconteceu em frente à empresa e se repetiu em outras praças.
O ACT vem sendo mediado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), mas está paralisado aguardando retorno do Governo Federal sobre a contraproposta aprovada pelos trabalhadores em assembleia.
Outras pautas
A reunião de sexta-feira passada (31 de maio) também reivindicou informações sobre a situação da praça São Paulo da EBC devido ao anúncio da reestruturação da empresa e a conversa que trataria deste tema e estava agendada para esta segunda-feira (03) com os sindicatos e comissão da praça foi cancelada pela diretoria. Apenas a reunião com a praça do Rio de Janeiro foi mantida pelo diretor de administração, finanças e pessoas, Márcio Kazuaki.
Os Sindicatos e a Comissão reforçaram o posicionamento em defesa da EBC e dos seus trabalhadores e colocaram-se preocupados com o fim das atividades do Maranhão bem como da fusão da TV Brasil com a NBR. Para as entidades, tais ações desrespeitam a legislação e a população, contrariando os princípios da EBC. A empresa alega que o fechamento da regional no Maranhão não é ilegal e as decisões respondem à necessidade de economia de recursos e têm amparo legal.