O lema “Trabalhadoras em luta por um modelo de sociedade com igualdade, liberdade e autonomia” permeou a primeira reunião do Coletivo de Mulheres cutistas ocorrido nessa quarta-feira (5), no centro da capital.
Umas das principais assumidas neste ano é a defesa pelo Plebiscito de uma Constituinte Exclusiva e Soberana para 2014. Isso significa apoiar a construção de uma assembleia de representantes eleitos (as) pelo povo que debatam temas e regras para mudar o atual sistema político.
As cutistas também debateram a preparação do ato unificado do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. As reuniões de organização estão ocorrendo às quartas-feiras, às 18h30, na Casa do Professor, na Rua Bento Freitas, nº 71, no Largo do Arouche, ao lado do metrô República.
Central de luta
Entre os temas aprovados na reunião – que farão parte do jornal das Mulheres em 2014 – estão reforma política, igualdade de direitos, luta por creche, saúde da mulher trabalhadora, democratização dos meios de comunicação (tema do 1º de maio da CUT-SP) e a luta contra a violência à mulher. Neste último, as dirigentes sindicais lembraram o que vivenciaram durante a Caravana pelo Fim da Violência Contra as Mulheres que percorreu o Estado de São Paulo durante 30 dias, entre novembro e dezembro de 2013.
O presidente da CUT-SP, Adi dos Santos Lima, enfatizou durante o encontro que a Central luta pelo protagonismo das mulheres. “É preciso equiparar direitos, pois ainda hoje as trabalhadoras têm menores salários em relação aos homens, piorando ainda mais quando fazemos o recorte racial”, afirmou.
O dirigente também ressaltou que, no campo da representação política, vale lembrar as disputas na última eleição de Dilma Rousseff. “Sabemos que eleger uma mulher como presidenta numa sociedade machista é uma grande conquista. Precisamos ter consciência disso no momento das eleições em 2014”.
Reformas na política
A consulta do Plebiscito Popular pela defesa de uma Constituinte Exclusiva e Soberana ocorrerá entre os dias 1º e 7 de setembro de 2014. Com urnas espalhadas por todo o Estado de São Paulo, uma única pergunta será feita à população: “Você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político?”
A secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-SP, Sonia Auxiliadora, afirma que “este tema estará nas bandeiras cutistas em todos os espaços de luta que acontecerão no Estado de São Paulo”. Para a dirigente, a mudança no sistema político deve permitir que mulheres em sua diversidade, negros (as), indígenas e outros grupos excluídos ocupem as cadeiras do Congresso, que é representado por uma maioria de homens brancos.
Em São Paulo, o Comitê Estadual do Plebiscito Popular foi criado no dia 30 de novembro de 2013. A 1ª Plenária Municipal de São Paulo e o lançamento do Plebiscito na cidade serão no dia 15 de março, com local a definir. Reuniões dos comitês locais irão ocorrer durante todo este mês de fevereiro.
Participação e agenda
No mês de fevereiro, o Coletivo participará do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre o Adoecimento Psíquico das Mulheres no Trabalho. As datas, local e horários serão informados pela Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT-SP.
O encontro dessa quarta (5) reuniu mulheres e homens sindicalistas de diferentes categorias do interior, capital e da Grande São Paulo no Centro de Formação Sindical 18 de agosto, do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep-SP).
por Vanessa Ramos – CUT São Paulo