Advogado e defensor de presos políticos durante a ditadura militar brasileira, Mario de Passos Simas morreu na manhã desta quarta-feira, 12, aos 89 anos. O velório será a partir das 7h da quinta-feira, 13, no cemitério Gethsemani do Morumbi, onde também será sepultado ao meio-dia.
Mario Simas iniciou sua carreira na advocacia em 1958 no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, mas foi após o golpe militar de 1964 que começou a atuar na área que considerou uma das mais nobres de sua trajetória profissional: defendendo presos políticos, atuando perante à Justiça Militar.
Entre os casos que mais costumava comentar desse período estão a defesa dos frades dominicanos, entre eles Frei Tito e Frei Betto, a do estudante Alexandre Vannucchi Leme e de Carlos Marighella. As suas memórias dessas defesas foram reunidas em seu livro “Gritos de Justiça”.
Mario Simas, pai de dois filhos, também foi membro fundador da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, ao lado de Dom Paulo Evaristo Arns, e presidiu o Centro Santo Dias de Direitos Humanos.
Sempre creditou a melhor advocacia na defesa dos direitos dos trabalhadores e dos oprimidos. Assíduo leitor de livros e amante de História e da política que envolvia os acontecimentos históricos, sempre compartilhou seus conhecimentos e aprendizados com todos que o cercavam. Mario deixa esposa, filho, netos e bisnetos.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) se solidariza com os familiares e amigos de Mario Simas e reverencia sua memória e exemplo na inabalável defesa dos direitos humanos.

Livro “Gritos de Justiça” escrito por Mario Simas