O segundo dia do XXIV Encontro Estadual de Jornalistas em Assessoria de Imprensa (EEJAI) começou com uma mesa redonda intitulada “Relação da Mídia com os Grandes Eventos Esportivos”, que discutiu, principalmente, a mudança que está acontecendo no segmento de AI (Assessoria de Imprensa).
Milton Neves, jornalista esportivo, Paulo Rossi, representante do Ministério dos Esportes, e André Cintra, assessor de imprensa da SPCOPA (Comitê Integrado de Gestão Governamental Especial para a Copa do Mundo de Futebol de 2014), sentaram à mesa, coordenada por Márcia Quintanilha, secretária de Sindicalização do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), para debater o tema e responder perguntas.
“Essa é a hora de subir na profissão”. Foi assim que Milton Neves abriu sua fala. Para o jornalista o período é propício aos profissionais de AI, já que a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e depois as Olimpíadas de 2016 abrem um grande leque na área da comunicação. Além disso, Neves chamou a atenção dos jornalistas para a qualificação, principalmente referente a idiomas, essencial para o profissional ganhar espaço no mercado de trabalho. “Você precisa é ser poliglota porque hoje a visão sobre o trabalho de uma Assessoria mudou. O assessor não é mais só um fazedor de release.”
Todos os integrantes da mesa falaram desse momento de transformação em que vive o segmento de AI. Milton Neves afirmou que “é muito claro hoje que a imagem que uma empresa passa é tão importante, ou até mais, do que o produto que ela vende e isso é trabalho para o assessor”. Paulo Rossi complementa: “a Assessoria faz parte de todo o planejamento estratégico de qualquer evento e empresa”.
Rossi acredita que esses grandes eventos estão trazendo um novo conceito à área. “Não se faz mais só releases, agora o profissional precisa se manter mais informado, antenado e profissionalizado”. Dessa forma, o representante do Ministério de Esportes põe em pauta a questão da volta da obrigatoriedade do diploma em jornalismo. “O mercado está cada dia mais reconhecendo que a formação profissional específica para o jornalismo é uma necessidade”, diz Rossi, que acredita também que, dessa forma, os jornalistas da área estão consolidando um novo conceito de Assessoria de Imprensa no país.
Preparativos para a Copa
Já André Cintra trouxe aos participantes uma visão geral da importância dos grandes acontecimentos para o país e para os trabalhadores do segmento de Assessoria. Falou a partir de um ponto de vista histórico sobre o tema, trazendo dados que mostram como grandes eventos têm o poder de levar ganhos econômicos, culturais e sociais para a cidade, estado ou país. Falou também sobre a grandiosidade e importância desses eventos e de como o trabalho de assessor pode ser gratificante.
Questionado sobre a organização da cidade de São Paulo para receber a Copa do Mundo de 2014, Cintra ressaltou que a Prefeitura toma atitudes para evitar o excesso de trânsito de pessoas e de carros nos horários dos jogos. Além de telões espalhados por todas as zonas da cidade, não apenas no centro, os horários dos jogos são pensados também nesse sentido. Segundo ele, os jogos de São Paulo serão todos fora do horário de pico, como 13h, 15h e 17h.
Para os profissionais de comunicação, a Prefeitura disponibilizará o Centro Aberto de Mídia que dará suporte aos profissionais para a realização do trabalho. E não apenas o município promoverá subsídios aos profissionais. Paulu Rossi afirmou que o Ministério de Esportes fará, além do centro dos credenciados pela FIFA, um centro para não credenciados com tecnologias e informações. Rossi contou que a ideia foi inspirada nas últimas Olimpíadas ocorrida em Londres.
Quem é o jornalista
Finalizado as atividades desta manhã, Valci Zuculuto, diretora da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), apresentou os resultados da pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina, com o apoio da Fenaj, “Quem é o Jornalista Brasileiro? O Perfil da Profissão no País”. Dentre as informações passadas por Zuculuto revela-se que 40,3% dos jornalistas brasileiros atual fora da mídia tradicional, como Assessores de Imprensa ou em outras funções que necessitam de conhecimentos jornalísticos. Além dos 40,3% que têm como atividade principal a Assessoria, outros 12,2% trabalham em veículos de mídia e também em AI. Clique aqui para conferir o resultado integral da pesquisa.
O XXIV EEJAI continua no período da tarde. A jornalista Vera Longuini faz um workshop sobre o planejamento estratégico para grandes eventos. Longuini é proprietária da Agência de Comunicação Ateliê da Notícia.
Foto – Mesa: Relação da Mídia com os Grandes Eventos Esportivos. Da esquerda para a direita, Paulo Rossi, Milton Neves, Márcia Quintanilha e André Cintra.