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Livro “São Paulo deve ser destruída” relata Revolta de 1924

Livro "São Paulo deve ser destruída" relata Revolta de 1924

 

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O livro São Paulo deve ser destruída – a história do bombardeio à capital na Revolta de 1924 (Record,2015, 280 p. R$ 45,00), de autoria de Moacir Assunção, trata da Revolução de 1924, ou Revolta de 1924, conhecida como A Revolução Esquecida em que , durante 23 dias,  São Paulo viveu uma guerra civil, com bombardeios, ataques de aviões e de tanques de guerra, sem precedentes em sua história e que levou à morte de 504 pessoas e a ferimentos em quase 5 mil. Dos 700 mil habitantes da capital na época,  cerca de 300 mil abandonaram a cidade, refugiando-se no interior e em outros Estados. 

A história iniciou-se quando remanescentes dos 18 do Forte, em 1922, uma rebelião militar contra o governo do presidente Epitácio Pessoa, refugiados em São Paulo, sublevaram, em 5 de julho de 1924, parte do Exército e da Força Pública (atual PM) contra o governo do presidente seguinte, o mineiro Arthur Bernardes (1922-1926), odiado por parte dos militares, que pretendiam derrubá-lo. A revolta, que contava com sublevações em vários Estados, não saiu como deveria e os revoltosos, que pretendiam marchar até o Rio de Janeiro – então capital federal – e depor o presidente, acabaram ficando cercados em São Paulo.

O governo, então, determinou o bombardeio à cidade por parte do Exército. Postados no bairro da Penha e nas colinas da Vila Matilde, soldados governistas atiraram, com os mais modernos canhões, contra São Paulo, visando, principalmente, os bairros industriais da Mooca, Brás, Cambuci e a região central. Alojados na região central, os rebeldes sofreram pouco, mas a população civil foi a vítima principal destes combates. Além de tiros de canhão, a cidade sofreu ataques aéreos e, pela primeira vez na história do Brasil, de tanques de guerra vindos do Rio. A mortandade foi violenta e, em muitos casos, os bairros ficaram destruídos pela violência dos ataques.

O autor, com base em suas pesquisas de História Nova, em que a ênfase é nos personagens “de baixo”, ou seja, pessoas comuns, procurou dar voz aos civis vítimas dos ataques, moradores dos bairros atingidos. Assim, pesquisou em arquivos espalhados pelo País, livros e jornais da época, para contar a história das vítimas e não dos grandes personagens como líderes legalistas e rebeldes desse episódio que ajudou a gerar a Coluna Prestes. Conseguiu colocar no papel as angústias, os sofrimentos e a dor de gente que perdeu tudo no conflito. Como diz o jornalista Domingos Meirelles na apresentação: “Com um texto preciso, sem arabescos literários, onde as palavras estão sempre no lugar certo, Moacir Assunção parece conduzir o leitor pela mão, através desse imenso painel marcado por sofrimento e horror. Ao resgatar cenários e reconstituir personagens que se encontravam praticamente mumificados, perdidos nas dobras do tempo, o autor impediu que as histórias de violência e insânia contra o levante de 1924 fossem sepultadas de vez pelo esquecimento.”

 

moacirO autor: Moacir Assunção é jornalista e historiador, mestre em História Social pela PUC-SP e jornalista com passagens pelos jornais O Estado de S.Paulo, Diário Popular e Jornal de Brasília. Também é professor da Universidade São Judas Tadeu (USJT). É autor de vários livros sobre temas históricos e foi finalista do Prêmio Jabuti 2008 com a obra Os homens que mataram o facínora, a história dos grandes inimigos de Lampião, lançado em 2007 pela Editora Record.

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