Sindicato solicitou reunião com SBT, Editora Abril, Folha de São Paulo, Joven Pan e Bandeirantes para interceder sobre demissão em massa
A diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) levou sua voz às ruas da avenida Paulista na tarde desta quarta-feira, 15 de abril, Dia Nacional de Paralisação #Não à Precarização, na luta contra o PL 4330. A mobilização organizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), sindicatos de diversas categorias em São Paulo e sub sedes deixou clara a posição da classe trabalhadora de não aceitar mais este golpe contra os direitos trabalhistas.
A concentração dos jornalistas foi na sede da entidade que seguiram em grupo até a frente do prédio da FIESP, onde aconteceram os protestos. O presidente do SJSP, Paulo Zocchi, que assumiu no mesmo dia a presidência da entidade, discursou em defesa dos profissionais de comunicação que estão enfrentando uma onda de demissões em diversos veículos e de toda classe trabalhadora.
“Eu tenho muito orgulho de estar nesta manifestação porque nossa diretoria tomou posse hoje, mas estamos tomando posse aqui, nas ruas, na luta dos trabalhadores contra o PL 4330″. Zocchi contou que a terceirização para jornalistas é uma realidade que vem de longe. “A categoria dos jornalistas é assalariada e profundamente precarizada. Entre os jornalistas há muito tempo existe a figura do “PJ” que é uma fraude, uma negação da carteira de trabalho para os profissionais”.
Segundo ele, as empresas jornalísticas são bandidas e roubam o direito do trabalhador. ‘Evidentemente nós estamos falando das grandes empresas de comunicação como a Rede Globo, Folha de S. Paulo, do O Estado de S. Paulo e dos grandes patrões da mídia que nos últimos dias fizeram campanha a favor do PL 4330. Os veículos fizeram editoriais à favor da tercerização porque querem acabar com vínculo trabalhista. Esta é a realidade e a luta que o nosso Sindicato leva dia após dia”.
Sobre liberdade de imprensa, Zocchi questionou as empresas: “queremos colocar em nosso acordo coletivo uma cláusula de consciência, que a partir dela o trabalhador jornalista poderia não se associar a uma matéria que ele não concorde com os fatos apurados. As empresas não aceitam isso, falam de liberdade de imprensa e o que elas praticam é a liberdade de empresa”, ressaltou. (Veja o vídeo)
Ofícios: O SJSP também encaminhou ofícios ao SBT, Editora Abril, Folha de S. Paulo, Jovem Pan e Bandeirantes solicitando reuniões emergenciais e abertura imediata de negociação nos casos de demissão em massa, como ocorreu recentemente no jornal Estado de S.Paulo. Na Justiça, o Sindicato barrou as demissões, com multa diária de R$ 15 mil por trabalhador demitido, descumprindo a decisão judicial. São estas as solicitações da diretoria do SJSP:
– Agendamento de reunião emergencial no para de 72 horas, para esclarecimento da ameaça de demissões em massa.
– Formalização de Termo de Compromisso de intenção de manutenção no emprego dos atuais jornalistas até dia 14 de abril.
-Formalização de Termo de Compromisso de comunicar o SJSP com prazo mínimo de antecedência de 30 dias, caso haja intenção de efetuar demissões em massa, para a entidade possa acompanhar as negociações.
– Termo de Compromisso de abertura imediata de negociações.
Foto Douglas Mansur