O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) sediou na tarde desta sexta-feira uma atividade organizada pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) em protesto contra as demissões em massa, à precarização das relações de trabalho e as práticas antissindicais que vêm se ampliando nacionalmente nas empresas jornalísticas nos últimos meses. Só na Capital e Grande São Paulo houveram 191 dispensas em 2015.
De acordo com o documento entregue à Fenajore, as demissões em massa ampliam “os conflitos na relação Capital X Trabalho, que refletem um descompromisso de empresas com o jornalismo e o direito da sociedade à informação de qualidade como elemento estratégico para o aperfeiçoamento do processo democrático e o desenvolvimento socioeconômico nacional”.
No documento, os dirigentes sindicais denunciam que os jornalistas brasileiros vivem, cotidianamente, “situações abomináveis como salário/rendimento não suficiente para superar a pobreza (daí a necessidade de um piso nacional para a categoria); condições de trabalho (saúde e segurança ocupacional) que representam ameaça à integridade física do trabalhador (oportunidade de criação de um protocolo nacional de segurança e saúde), bem como desrespeito ao contrato e à jornada de trabalho. Tal situação é agravada com as demissões em massa, a precarização das relações de trabalho e as práticas antissindicais.”
Das atividades em São Paulo participaram o presidente da Fenaj, Celso Schröder, o secretário geral da entidade, José Carlos Torves, o presidente do Sindicato anfitrião, Paulo Zocchi (que também é dirigente da Fenaj), os dirigentes do SJSP e também da Fenaj, José Augusto Camargo (Guto) e Márcia Quintanilha, além dos presidente dos sindicatos do Ceará (Samira Castro), Alagoas (Flávio Miguel Peixoto), Santa Catarina (Aderbal da Rosa Fº) e os representantes das entidades de Paraná (Leandro Taques), Espírito Santo (Suzana Tatagiba) e Rio Grande do Sul (Torves).
As Centrais Sindicais, CUT-SP e CTB estiveram representadas respectivamente por Adriana Magalhães e Paulo Nobre. Também proporcionaram suas contribuições ao evento o dirigente sindical dos Gráficos de São Paulo, Pepe Gaúcho e o presidente da Associção dos Jornalistas Veteranos de São Paulo, Amadeu Mêmolo.
Os dirigentes do SJSP participaram em peso da atividade: André Freire (secretário geral), Telé Cardim (Ação Sindical), Evany Sessa (Relações Sindicais), Ana Flávia Marx (Sindicalização), José Eduardo Souza (Inteior e Litoral) e os diretores do Conselho de Diretores Waldimir Miranda e Michele Barros. Também participaram os dirigente de base Erica Aragão e Vilma Amaro (ABCD) e do Conselho Fiscal, Raul Varassin.
Íntegra do documento entregue aos empresários:
A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e representantes dos Sindicatos de Jornalistas brasileiros, reunidos em São Paulo, em 8 de maio de 2015, manifestam sua oposição às demissões em massa, à precarização das relações de trabalho e às práticas antissindicais que vêm se ampliando nacionalmente nas empresas jornalísticas no último período.
Tais práticas, além de ampliarem os conflitos na relação Capital X Trabalho, em nosso entendimento refletem um descompromisso de empresas com o jornalismo e o direito da sociedade à informação de qualidade como elemento estratégico para o aperfeiçoamento do processo democrático e o desenvolvimento socioeconômico nacional.
Comprometidos com os interesses da classe trabalhadora e com o irrenunciável papel que nos cabe de defesa dos jornalistas e do jornalismo, e compreendendo o Trabalho Decente como promotor do desenvolvimento e bem estar, protetor da dignidade humana e condição para o exercício da cidadania, como preconiza a Organização Internacional do Trabalho (OIT), observamos que os jornalistas brasileiros vivem, cotidianamente, situações abomináveis como salário/rendimento não suficiente para superar a pobreza (daí a necessidade de um piso nacional para a categoria); condições de trabalho (saúde e segurança ocupacional) que representam ameaça à integridade física do trabalhador (oportunidade de criação de um protocolo nacional de segurança e saúde), bem como desrespeito ao contrato e à jornada de trabalho. Tal situação é agravada com as demissões em massa, a precarização das relações de trabalho e as práticas antissindicais supra citadas.
Neste sentido, defendemos, a imediata suspensão dos processos de demissão imotivada, conforme a convenção 158 da OIT, e a celebração de um Protocolo Nacional de Segurança e Melhoria das Condições de Trabalho dos Jornalistas. Nesta perspectiva, solicitamos o agendamento de uma reunião com as entidades nacionais representativas do setor para tratarmos destes e outros assuntos.
Na expectativa de uma resposta positiva e que valorize os jornalistas e o jornalismo, subscrevemo-nos com,
Saudações sindicais.
Celso Augusto Schröder
Presidente da FENAJ
Foto: Douglas Dantas