Logo do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo
Logo do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Logo da Federação Internacional de Jornalistas
Logo da Central Única dos Trabalhadores
Logo da Federação Nacional de Jornalistas

Jornalistas podem recorrer ao MP-SP para apuração de agressões na internet

Jornalistas podem recorrer ao MP-SP para apuração de agressões na internet


O Ministério Público do Estado de São Paulo passa a agir com mais firmeza em relação a crimes cometidos contra jornalistas na internet. A partir de agora, os agressores devem ser identificados e chamados a depor em delegacias. O trabalho é do Núcleo de Combate a Crimes Cibernéticos do MP-SP.

A intenção não é apenas localizar ataques isolados de um indivíduo contra o outro, mas identificar quais grupos na internet incitam e coordenam a ação dos “haters”, diz o procurador Paulo Marco Ferreira Lima, coordenador do núcleo. O MP percebeu a necessidade de empenhar-se mais em relação ao tema com o aumento das agressões contra jornalistas nas redes sociais nos últimos tempos.

O acontecimento que marca a mudança de postura é do último mês (25.set.2017), quando o MP acionou a 5ª Delegacia de Polícia de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância Esportiva no caso do jornalista Mauro Cezar Pereira, da ESPN.

Pereira recebe constantemente ameaças e xingamentos nas redes sociais desde o vazamento do número de seu celular. “Tenho mais de 1500 números bloqueados no meu telefone”, diz. O MP identificou os crimes contra a honra e de ameaça por meio eletrônico, e um inquérito foi aberto.

Em entrevista à Abraji, o procurador disse que busca agilizar a investigação de agressões praticadas contra jornalistas na internet. Ele fala em “ampliar as capacidades” da justiça, aumentando o número de delegacias a quem acionar (e não restringindo mais a investigação à única especializada em crimes virtuais no estado, a DIG-DEIC – 4ª Delegacia – Delitos praticados por Meios Eletrônicos).

O MP recomenda que os jornalistas salvem todo o conteúdo que receberem, contendo as URLs (os links) em que as agressões tiverem ocorrido, e enviem à Ouvidoria do MP-SP em formato digital. A Ouvidoria recebe denúncias por e-mail, formulário on-line, carta e pessoalmente, e dá orientações por telefone.

Pereira identifica na internet a sensação de “impunidade, de terra de ninguém”, e espera que “as pessoas entendam que não se pode fazer tudo o que se deseja” nas mídias sociais. “Você pode me criticar e discordar do meu trabalho, mas isso é muito diferente de me ameaçar e me insultar perante várias outras pessoas.”

Escrito por: Mariana Gonçalves – Abraji

veja também

relacionadas

mais lidas

Pular para o conteúdo