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Jornalistas e veículos de imprensa se mobilizam contra a violência policial

Jornalistas e veículos de imprensa se mobilizam contra a violência policial


Sindicato recebe denúncias e cobra audiência com Governador

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Foto: Paulo Pinto/AGPT

 

Os fotógrafos e cinegrafistas que participam das coberturas de manifestações desde 2013 estão sendo alvo de uma escalada de violência por parte da Polícia Militar. Os profissionais denunciam que são alvos de agressões, violência psicológica e perseguições até mesmo no dia a dia, fora das coberturas jornalísticas.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e a Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos no Estado de São Paulo (Arfoc-SP) estão se mobilizando, juntamente com o profissionais, para orientar os jornalistas e fotógrafos vítimas de violência.

SJSP fará denúncia da PM contra os profissionais de comunicação junto à Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ). O Sindicato também pediu uma audiência com o governador Geraldo Alckmin para discutir os casos e está divulgando os relatos no site e mídias sociais da entidade.

Muitos veículos de imprensa também estão se sensibilizando sobre o tema. É o caso do El País, que dedicou uma reportagem para denunciar a violência.

 

Confira a reportagem:

 Fotógrafos relatam violência policial em protestos em São Paulo

Sindicato publicou nota condenando abordagem aos profissionais e cobrou audiência com Governador

Uma barreira de policiais militares posicionada logo depois das catracas aguardava quem saía de dentro da estação Sé do metrô, em São Paulo, no último dia 7. Era Dia da Independência e lá em cima, em frente à Catedral da cidade, um protesto contra o Governo de Temer Golpista estava prestes a começar. Uma família que ia ao Shoppping Light, na região, foi retida para revista, um garoto que estava fazendo turismo também. Mas os alvos preferenciais para averiguação eram fotógrafos que iam cobrir o protesto.

Um deles, que já trabalhou nas principais redações do país e hoje atua como freelancer, foi ameaçado de ser levado para uma delegacia. “Eles ficaram perguntando onde eu morava, por que estava com capacete, por que era carioca e estava indo a um protesto em São Paulo”, contou. Quando um grupo de jornalistas chegou ao local da abordagem, foi liberado. Outro parado foi Vinicius Gomes, 19 anos, que trabalha no coletivo independente Afroguerrilha. Era a segunda vez que ele tinha contato direto com a polícia desde o afastamento definitivo de Dilma Rousseff. No dia 31 de agosto, foi agredido em uma abordagem, levou cinco pontos na cabeça e teve seu equipamento de trabalho jogado no chão e destruído.

Denúncias de abuso policial contra fotojornalistas não são novidades. Um fotógrafo que preferiu não se identificar contou que em 2014, depois de ser alvo de uma ação violenta da polícia e aparecer em algumas reportagens, passou a ser perseguido, inclusive com ligações e intimidações em sua casa. “Eles estacionavam a viatura do lado de fora e ficavam algumas horas na porta”, disse. Também ficou conhecido o caso do fotógrafo Sérgio Silva, que perdeu um olho após ser atingido por uma bala de borracha da PM em protesto em junho de 2013 – em uma decisão controversa, a justiça ainda o considerou culpado pelo incidente.

Com tudo isso, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo publicou uma nota em repúdio à ação da polícia nos últimos dias e pediu uma audiência com o Governador Geraldo Alckmin (PSDB). Por enquanto, não obteve nenhuma resposta. Para o diretor do Sindicato, Alan Rodrigues, o caso de Gomes que teve seu equipamento quebrado, ilustra bem a escalada de violência contra profissionais da imprensa. “Hoje, o perfil do fotojornalista mudou, é difícil ver alguém que trabalha fixo em um jornal. Geralmente são freelas e profissionais que atuam em mídias alternativas. Esses têm sido alvos preferenciais. Claro que ninguém merece esse tratamento, mas acreditamos que a polícia os vê como ativistas e não trabalhadores, aí a abordagem é pior ainda”, diz Rodrigues.

 

Leia mais em:

Fotógrafos relatam violência policial em protestos em São Paulo

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