Cerca de 600 jornalistas e radialistas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) em assembleia geral realizada simultaneamente em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e São Luís nesta terça-feira (5/11), decidiram deflagrar greve por tempo indeterminado a partir das 16 horas, de quinta-feira (7/11).
Em campanha salarial, jornalistas e radialistas rejeitaram a proposta da direção da EBC, apresentada no dia 24 de outubro, prevendo reajuste salarial pelo IPCA, aumento real de 0,5% em 2013, 0,5% em 2014 e retirada de direitos contidos no acordo coletivo anterior.
Segundo Paulo Zocchi, secretário do Departamento Jurídico do SJSP e dirigente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), e que acompanha o movimento dos trabalhadores da EBC em São Paulo, há uma postura de intransigência por parte da empresa que contribuiu para a decretação da greve.
“A retirada de 10 pontos do Acordo Coletivo e a punição aos trabalhadores fortaleceu a decisão pela paralisação”, diz ele. De acordo, com Zocchi, a assembleia recusou a proposta da empresa, aprovou uma contraproposta e encaminhará uma carta aberta ao governo federal. (veja abaixo)
José Carlos Torves, que representou a FENAJ na assembleia realizada em Brasília, conta que o processo foi amplamente representativo e democrático. “Foi a maior assembleia da história da EBC. Houve uma proposta de paralisação por tempo determinado, mas a proposta de greve foi vencedora por grande margem de votos e alto grau de unidade entre os trabalhadores”, conta.
Com cerca de dois mil funcionários, a empresa é responsável pela TV Brasil, TV Brasil Internacional, Agência Brasil, Portal EBC, Radioagência Nacional, além de oito emissoras de rádio, como as Rádios Nacional do Rio de Janeiro e de Brasília e as Rádios MEC AM e FM. Opera serviços como o canal de televisão NBr e o programa de rádio “Voz do Brasil”.
Veja a ata e a carta da assembleia
Foto: André Freire
Paulo Zocchi, de barba, ao centro, na assembleia da EBC