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Jornalistas e radialistas da EBC continuam em greve contra reajuste zero e por manutenção de direitos

Jornalistas e radialistas da EBC continuam em greve contra reajuste zero e por manutenção de direitos


Em Campanha Salarial, categorias cruzaram os braços na terça (14) contra a intransigência da direção da Empresa Brasil de Comunicação

Em protesto contra o reajuste 0% e contra a retirada de diversos direitos trabalhistas pela direção da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), jornalistas e radialistas estão em greve desde a zero hora da última terça-feira (14) nas praças de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Maranhão e seguem de braços cruzados. 

Nesta quinta-feira (16), as categorias realizam uma programação de debates e atos na porta da empresa em todas as praças. O piquete começou às 7h, os profissionais realizam assembleia às 13h e a nova rodada de negociação ocorre às 15h com os representantes da EBC.

A expectativa é por avanços e, em assembleia na tarde da terça-feira, as categorias decidiram que vão continuar lutando pela manutenção dos direitos garantidos no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e também pelo reajuste de 4% sobre os salários e sobre demais itens da pauta econômica, índice reivindicado na Campanha Salarial 2017-2018 para repor a inflação do período e perdas acumuladas nos últimos dois anos.

Entre os direitos que a EBC quer excluir do ACT estão o Vale Cesta Alimentação (que é pago apenas nos meses de dezembro e junho), o Vale Cultura, a multa pelo descumprimento do Acordo Coletivo e o fim do quinquênio aos que ingressarem na empresa a partir de agora. Além disso, após sete rodadas de negociação e insistindo na retirada desses direitos, a direção da EBC também mantém a intransigência quanto ao reajuste zero nos salários e em outros itens econômicos, como a Ajuda Alimentação, o Auxílio às Pessoas com Deficiência, o Auxílio Creche e o Seguro de Vida em Grupo.

Para as categorias, a postura intransigente dos representantes da EBC é parte do processo de desmonte imposto pelo governo golpista de Michel Temer (PMDB) que afetou o caráter público da empresa de comunicação e está precarizando as condições de trabalho.

Luta contra a precarização e o assédio

Na assembleia da terça, os jornalistas e radialistas aprovaram que, em função do desmonte da TV Nacional do Brasil (NBR) nas praças, nenhum profissional vai atender demandas da NBR que não estejam previstas no contrato de prestação de serviços firmado entre a presidência da República e a EBC.

Os trabalhadores têm a informação de que os serviços prestados pela EBC à NBR serão suspensos no Rio e, possivelmente, em São Paulo, com transferência de jornalistas e radialistas para Brasília e, por isso, também decidiram levar à mesa de negociação o posicionamento de que nenhum profissional da EBC seja transferido para o Distrito Federal compulsoriamente devido ao fim da TV NBR nas praças. 

Durante a paralisação, as categorias denunciaram o assédio moral praticado pelo diretor de jornalismo Lourival Macedo, que ameaçou os grevistas com a perda de direito à gratificação de desempenho, conhecida na empresa como GDAC. Como Macedo foi indicado ao cargo por uma lista tríplice endossada pelos trabalhadores da EBC, a retirada do endosso foi aprovada na assembleia como reação ao assédio.

Caso não ocorram avanços na negociação desta quinta-feira, a greve continua nesta sexta-feira (17) com piquete a partir das 7h e nova assembleia das categorias às 13h.

Escrito por: Flaviana Serafim – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Fotos: Ronaldo Werneck/ Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão no Estado de São Paulo

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