Em uma votação dividida, os jornalistas voltaram a rejeitar na Campanha salarial de Jornais e Revistas do Interior e Litoral a proposta patronal de aumento de 5,85% para o piso salarial (que passaria a R$ 1.810 para jornada de trabalho de 5 horas e R$ 2.896 para jornada de 7 horas), o que representaria aumento real de 0,94%.
Também foi recusado o reajuste salarial de 5% (aumento real de 0,13%) para os que recebem acima do piso e toda a proposta econômica apresentada pelos patrões, como a PLR de R$ 800 que seria paga em duas parcelas (abril e outubro); convênio médico de R$ 89,46, auxílio funeral de R$ 3.329,25, além de R$ 266,98 para pagamento de berçário ou creche. O vale refeição seria unificado em R$ 7,50 por dia.
Votaram 524 jornalistas de 13 municípios dos quais 318 (60,7%) optaram pela rejeição (60,7%) e 206 pela aprovação (39,3%). Houve ainda 1 voto branco. A direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, em sua reunião executiva realizada nesta segunda-feira, baseado na decisão soberana da categoria, vai continuar a Campanha Salarial até que os trabalhadores obtenham sucesso em suas reivindicações.
“A categoria se mostrou dividida”, diz o presidente do Sindicato, José Augusto Camargo (Guto). As redações das grande cidades votaram maciçamente contrárias, demonstrando o seu descontentamento com a proposta dos patrões. Isso se deve a posição da categoria de buscar a equiparação salarial com a Capital, o que demandaria um índice maior de aumento”, avalia ele.
Para o presidente, agora será necessário que a categoria pegue a Campanha Salarial em suas mãos para que as reivindicações sejam contempladas. “O Sindicato organizará manifestações nas grandes cidades do Interior e Litoral, a partir da semana que vem, no sentido de dar visibilidade para o movimento, além de solicitar a continuidade das negociações.”
Mesmo sem a aprovação da proposta, alguns itens já estão garantidos pela direção do SJSP, como a data base em 1º de junho. A participação dos jornalistas na Campanha Salarial é fundamental, pois só com a categoria unida e determinada será possível avançcar ainda mais nas negociações.