Direção da empresa disse que vai “vender ativos” para pagar salários, mas não há qualquer previsão para quitação dos débitos
Os jornalistas do Diário de S.Paulo continuam a greve iniciada na terça-feira (10) e a paralisação das atividades segue por tempo indeterminado em protesto pelo atraso de pagamentos.
A decisão foi tomada em assembleia na tarde desta quarta-feira (11), depois de uma tentativa de negociação com a empresa que terminou sem previsão para a quitação dos débitos. Além dos salários e benefícios, os atrasos se estendem às férias e ao recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Na reunião ocorrida no começo da tarde, com uma comissão de trabalhadores e dirigentes do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), a direção do Diário se limitou a reconhecer o problema e disse que vai vender ativos da empresa para pagar os salários, mas não se comprometeu com prazos nem com um acordo formal de negociação.
Os atrasos para boa parte dos jornalistas chegam a quase dois meses, pois o último pagamento foi em 20 de agosto tanto para os contratados diretamente (celetistas) quanto para os profissionais que atuam como Pessoa Jurídica (PJ). Uma outra parcela da redação recebeu o salário de agosto no início do mês passado, mas o referente a setembro continua pendente.
Diante do quadro, a deliberação dos grevistas foi pela continuidade da paralisação porque, além do problema atual, os atrasos salariais têm ocorrido frequentemente há mais de um ano e, no caso de FGTS, o problema vem desde 2014.
A greve tem a adesão de mais de 90% da redação e os trabalhadores e trabalhadoras realizam assembleia para avaliar a greve nesta sexta-feira (13), às 15h, em frente à sede do Diário de S.Paulo, na Av. Marquês de São Vicente, na Barra Funda, zona oeste da capital paulista.
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Escrito por: Flaviana Serafim – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Foto: Fábio Franco/SJSP