A truculência da polícia infelizmente faz parte da rotina da sociedade e também dos jornalistas que semanalmente são destaques nos veículos de comunicação por sofrerem algum tipo de violência ou cerceamento do livre exercício profissional.
Desta vez aconteceu no Rio Grande do Sul. Na manhã desta quarta-feira (15), enquanto o repórter Matheus Chaparini cobria a ocupação da Secretaria da Fazenda, em Porto Alegre, o jornalista foi preso. Matheus passou 14 horas em um dos piores presídios do país, o Presídio Central de Porto Alegre. O cinegrafista Kevin Darc, que gravava cenas para um documentário também foi detido. Mesmo se identificando aos policiais, os dois foram presos e encaminhados como manifestantes para a 3ª DPPA.
Após a liberação o jornalista que ocupa a função de repórter no jornal Já, deixou o presídio acusado de corrupção de menores, organização criminosa, esbulho possessório, resistência à prisão, desacato de autoridade e dano qualificado ao patrimônio público.
Matheus é mais uma vítima da repressão da polícia militar que está presente em todos os Estados brasileiros.
Esse é um nítido exemplo do excesso de autoritarismo de uma corporação que não tem medido esforços para oprimir e reprimir, e que atua diariamente nas favelas, periferias, contra movimentos sociais, pobres, negros e todos aqueles que estão à mercê do Estado.
Segundo dados da Abraji, desde junho de 2013, houve ao menos outros 93 ataques da PM paulista contra jornalistas durante protestos. São golpes de cassetete, jatos de spray de pimenta, ferimentos provocados por estilhaço de bomba, intoxicação por gás lacrimogêneo, detenções irregulares e até mesmo atropelamento intencional.
A direção do SJSP, como tem feito em todos os casos de registro de violência contra jornalistas repudia a ação covarde da PM que vem insistentemente tentado coibir os profissionais de comunicação durante cobertura de manifestações. A Secretaria de Segurança Pública e órgãos competentes precisam entender que os jornalistas são trabalhadores e estão nas ruas para cumprir o seu papel de informar e não podem ser hostilizados e agredidos. A atitude é uma afronta ao exercício da profissão e ao direito democrático da informação.