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Jornalistas da RAC entram em greve por 24 horas

Jornalistas da RAC entram em greve por 24 horas


A decisão foi aprovada em assembleia para pressionar pagamentos devidos

Os jornalistas da Rede Anhanguera de Comunicação (RAC), de Campinas, decidiram cruzar os braços numa greve de 24 horas a partir desta sexta-feira (24), devido ao atraso no pagamento de salários, benefícios, férias e do 13º.

A decisão foi tomada na tarde desta sexta, em assembleia que também contou com a participação dos trabalhadores gráficos e administrativos da empresa.

“Há um ano os trabalhadores e trabalhadoras da RAC enfrentam constantes atrasos de pagamento. Nos 90 anos de história do jornal Correio Popular, publicado pela RAC, é a primeira vez que os jornalistas fazem greve”, afirma Agildo Nogueira Júnior, diretor da regional Campinas do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP).

No final do ano passado, com a pressão do Sindicato e dos trabalhadores organizados, a rede se comprometeu a normalizar a situação realizando pagamentos semanais de ¼ dos salários, o crédito dos vales refeição e alimentação dos cinco dias da semana e de ¼ das férias.

Porém, o pagamento da semana passada deveria ter ocorrido na terça-feira (14), mas só foi quitado na sexta-feira (17). Na semana de 20 a 24 de fevereiro nenhum tipo de pagamento foi feito. No caso dos vales refeição e alimentação, a RAC deve, ainda, os benefícios de dezembro e janeiro.

No final de 2016 a empresa também havia se comprometido a pagar o 13º salário parcelado em quatro vezes, de fevereiro a maio deste ano. Pela proposta da RAC, a primeira parcela tem que ser paga no final de fevereiro, mas, diante do cenário, o receio dos trabalhadores é de que ocorra mais um atraso.

Segundo representantes da direção da empresa, há um “indicativo” de que o próximo pagamento ocorra na quinta-feira (2). No mesmo dia, está prevista nova assembleia para decidir os rumos da mobilização.

Histórico

Os atrasos de pagamentos na RAC começaram há um ano e, desde o início do problema, o SJSP tem organizado os jornalistas, realizado assembleias e cobrado a empresa para que regularize a situação.

Por vários meses a diretoria da rede se recusou a dialogar e negociar uma saída para a questão. A situação mudou só a partir de outubro passado, depois que a RAC foi denunciada por assédio moral e prática antissindical e o Ministério Público do Trabalho (MPT) em Campinas pressionou para que a empresa dialogasse com o Sindicato.

Por conta da situação, os jornalistas fizeram um protesto denunciando as irregularidades, numa mobilização em 10 de setembro de 2016 no centro de Campinas. Em mais uma mostra de desrespeito com seus profissionais, a RAC demitiu três dos trabalhadores que participaram do protesto organizado pelo Sindicato.

Como se bastasse os problemas frequentes com os salários e benefícios, a rede também atrasou, em 2016, o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), da contribuição à Previdência Social e, ainda, do Imposto de Renda, o que levou vários profissionais a caírem na malha fina da Receita Federal.

Além do Correio Popular, a RAC é responsável pelo jornal Notícias Já, pela revista Metrópole e o Portal RAC.

Escrito por: Flaviana Serafim – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

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