Em reunião realizada na quinta-feira (17) à tarde, na calçada em frente à TV Globo, no quadro da Campanha Salarial deste ano, 41 jornalistas da empresa manifestaram seu repúdio à intransigência patronal nas negociações e reafirmaram sua rejeição a qualquer acordo salarial que não estipule a reposição integral da inflação, que chegou a 10,97% no período encerrado em 30 de novembro. A data-base da categoria é 1º de dezembro. Veja a nota:
MOÇÃO DE REPÚDIO
Reunidos com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, na tarde de 17 de dezembro de 2015, para se informar sobre o andamento das negociações da Convenção Coletiva 2015/2016 com as empresas de rádio e televisão, 41 jornalistas da Rede Globo decidem:
– manifestar o seu repúdio pela intransigência das empresas da área, que desde o início das conversações mantêm sua posição de propor apenas 5% de reajuste nos salários e nas cláusulas econômicas e a renovação da Convenção Coletiva, sem aceitar nenhuma outra mudança – o que repõe menos da metade da inflação do período;
– expressar de forma clara sua rejeição a qualquer acordo que não estabeleça a reposição integral da inflação – 10,97% nos doze meses encerrados em novembro, medida pelo INPC – nos salários e nas cláusulas econômicas, pois não se pode aceitar que haja uma redução no valor real dos salários dos jornalistas, corroídos a cada mês pela inflação.
Aprovado por 41 jornalistas da Rede Globo, subscrito pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
No Rio de Janeiro, TRT decide em favor dos jornalistas de Rádio e TV
A Câmara de Dissídios do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro decidiu, no dia 15 de dezembro, que os jornalistas de rádio e TV Rio terão reajuste salarial de 7,13% com mais 1% de aumento real e não poderão trabalhar recebendo menos que R$ 2.432,72 para jornadas de cinco horas. A decisão dos sete juízes foi unânime e vale após a publicação em Diário Oficial. Cabe recurso, mas quem não se adequar estará infringindo decisão judicial. O Sindicato dos Jornalistas faz manifestação nesta quinta-feira contra a tentativa patronal de retirar o piso dos jornalistas da lei estadual.
Além do reajuste com aumento real e o reconhecimento do piso estabelecido em lei estadual, os jornalistas de rádio e TV do Rio terão, também, reposição de 7,13% em todas as demais cláusulas econômicas, como a Participação de Lucros e Resultados/Abono e os auxílios de transporte e alimentação.
Ao acolher o pedido de dissídio do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro, feito à revelia dos patrões, os desembargadores entenderam, a partir das provas apresentadas e de parecer do Ministério Público do Trabalho, que as empresas criaram obstáculos à livre negociação – utilizando inclusive, práticas antissindicais. Após a decisão pelo julgamento do dissídio, os magistrados seguiram o entendimento da relatora do processo, que acolheu as propostas da Procuradoria do Trabalho e garantiu a vitória aos trabalhadores.
O Sindicato espera que a decisão do TRT ajude a destravar as negociações no segmento de jornais e revistas. Nesta semana, antes mesmo do julgamento do dissídio, a diretoria solicitou à Superintendência Regional de Trabalho e Emprego (SRTE-RJ) a mediação das negociações com os patrões em mesa redonda.
Mobilização em defesa do piso
O Sindicato dos Jornalistas realiza na quinta-feira (17/12), a partir das 14h, um ato na Secretaria de Trabalho e Renda (Avenida General Justo 275, no Centro) para se contrapor à tentativa de retrocesso patrocinada pelo setor patronal. Representantes patronais estiveram na última reunião do Conselho Estadual de Trabalho e Renda para fazer lobby contra a permanência dos jornalistas no texto do projeto de lei a ser enviado à Assembleia Legislativa.
Da Fenaj, com informações do SJMRJ