A jornalista Márcia Villaça da Rosa, de 49 anos, acaba de produzir seu último trabalho, uma coletânea de poemas intitulada Santa Clara. O livro, editado por Nelpa Editores, é dividido em três capítulos: A Cartomante, Luar de Agosto e Sala Padre Anchieta. Inspirado na magia cabalística das cartas de tarô, o primeiro capítulo pretende trabalhar com arquétipos sugeridos na vida real por meio de situações trágicas, dramáticas, cômicas e até românticas, na visão de uma poetisa madura e redimida pela artificialidade do cotidiano.
O segundo capítulo, Luar de Agosto, remete a personagens, situações e lugares pela qual a aventureira Márcia percorreu quando morou em países como Bélgica, Portugal e França. Finistière, por exemplo, é um poema que alude a locais situados na Bélgica, como Place des Arts, Église Saint Gudule, Gare du Nord e Gare Midi, percorridos pela autora em sua experiência pelo exterior.
No terceiro capítulo, intitulado Sala Padre Anchieta, a poetisa procura na palavra seu instrumento de transparência e transcendência – por que não fazer da poesia também um ritual espiritualista? Maria Clara ou Santa Clara de Assis, assim como são Francisco de Assis, são relembrados por sua religiosidade e fé.
Santa Clara é assim uma tentativa de posicionamento social e artístico em um momento, segundo a autora, conturbado e difícil tanto politicamente como economicamente.