Vítima foi enforcada ao tentar registrar reintegração de posse. Polícia Militar diz que ação foi ‘legítima’
O jornalista Galeno Amorim foi covardemente agredido e detido pela PM no último sábado (16) enquanto cobria a operação de reintegração de posse do Polo Regional de Pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, em Ribeirão Preto. O local estava ocupado por 250 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Teto (MST).
Imagens mostram claramente o major Paulo Sérgio Fabbris avançando sobre o pescoço de Amorim e colocando-o algemado na parte de trás de um carro da polícia. Segundo afirmou a PM em nota, o jornalista invadiu a área de segurança – estabelecida pela instituição – e, por isso, foi contido com “força moderada”. O governo Alckmin planeja vender essa e outras fazendas de pesquisa para a iniciativa privada.
Galeno, que é ex-presidente da Biblioteca Nacional e ex-secretário de Cultura de Ribeirão Preto (SP), disse que a PM está mentindo e que permaneceu no portão da fazenda, mas foi informado que não poderia ficar lá. “Nisso, veio o major, alterado e nervoso, dizendo ‘suma daqui, não é o seu lugar. Argumentei que tinha o direito de fazer a cobertura, pela liberdade de imprensa. E neste momento, ele me deu uma chave de pescoço, torceu meu braço e outro oficial me levou algemado”, relata o profissional.
De acordo, com o Amorim, ele ficou mais de uma hora dentro de um carro da polícia fechado e estacionado no sol em frente a uma delegacia. Lá, os agentes registraram um boletim de ocorrência por desobediência, e Amorim fez outro por agressão.
SJSP repudia violência contra profissionais
Cada vez mais, a truculência da polícia faz parte da rotina dos jornalistas em coberturas e os ataques aos profissionais são cada vez mais frequentes.
Segundo dados da Abraji, desde junho de 2013, houve ao menos outros 93 ataques da PM paulista contra jornalistas durante coberturas.
A direção do SJSP, como tem feito em todos os casos de registro de violência contra jornalistas, repudia mais uma vez a ação covarde da PM: “É inadmissível ver jornalistas rotineiramente sendo agredidos por quem deveria garantir segurança.