A Polícia Militar de São Paulo agrediu novamente, com bala de borracha, jornalista que realizava cobertura das manifestações na tarde de ontem (27) contra o aumento das passagens de transporte urbano. A vítima foi o repórter da TV Estadão, Fernando Otto. Ele filmava manifestantes que depredavam a estação Faria Lima do metrô quando recebeu um disparo que, por sorte, atingiu seu celular e o destruiu. O jornalista não se feriu.
Otto se soma a dezenas de profissionais de imprensa que foram agredidos pela PM do governador Geraldo Alckmin (PSDB) que, no final do ano passado, vetou o projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa de São Paulo, por maioria, que impedia a utilização de balas de borracha pelos policiais para conter manifestações. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) protestou contra as agressões aos profissionais e também pela decisão do governo do Estado de armar a PM com armamento não letal, mas extremamente lesivo.
Neste ano já foram constatadas outras agressões da PM contra jornalistas. Na última sexta-feira (23), Edgar Maciel, também repórter do Estadão, cobria manifestação quando foi atingido com um tiro de bala de borracha nas pernas pela polícia. Em 16 de janeiro, o repórter fotográfico Felipe Larozza, da Revista Vice, recebeu golpes de cassetetes da polícia. No mesmo dia, o jornalista Thomas Dreux Miranda, do blog Xadrez Verbal, foi atingido por um estilhaço de bomba. Outro caso em 2015 é do repórter fotográfico freelancer Matheus José Maria, que relatou ter recebido golpes de cassetetes nas costas.
Entre maio de 2013 a junho de 2014 foram registrados cerca de 200 casos de violação do direito ao trabalho de jornalistas, 80% deles realizados pela PM.