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Jornal Unidade: Diretora da Fenaj acredita que aprimorar ensino reforça a luta pelo diploma

Jornal Unidade: Diretora da Fenaj acredita que aprimorar ensino reforça a luta pelo diploma


 

Unidade: Qual o impacto para a formação de novos profissionais de jornalismo que as novas diretrizes curriculares ocasionam?

Valci Zuculoto: Assim como e juntamente com os demais segmentos e entidades do campo do jornalismo e da área da comunicação, o movimento sindical dos jornalistas, por meio da FENAJ e seus 31 Sindicatos filiados em todo país, há muito vinha em campanha pela atualização e adequação das diretrizes curriculares que estavam em vigor desde 2001.

Da mesma forma que antes destas novas diretrizes sempre esteve reivindicando e envolvido com todos os movimentos, debates, formulações referentes a matrizes e demais questões voltadas à qualidade da formação profissional em Jornalismo.

Somos a única categoria que ousou propor um programa permanente de qualidade do ensino e de discuti-lo democraticamente com a comunidade acadêmica e com o empresariado da área da comunicação.

Unidade: Como é este programa. Ele tem características específicas voltadas para o jornalismo?

VZ: Trata-se do Programa Nacional de Estímulo à Qualidade da Formação em Jornalismo que se encontra disponível no site da FENAJ, (www.fenaj.org.br/educacao/programa_qualidade_ensino_2008.pdf) , e tem entre os signatários entidades como o FNPJ e a Intercom, entre outros não menos importantes.

Este programa, aliás, inspirou em grande parte as novas diretrizes que entraram em vigor no último dia 1º de outubro.

Por isso e como as matrizes anteriores estavam por demais defasadas e, já quando implantadas em 2001, no nosso entendimento, ainda não foram formuladas aproximando-se do que consideramos a formação mais adequada, qualificada e atendendo à especificidade do Jornalismo, as atuais diretrizes agora vêm com um impacto que deve, sim, resultar numa melhoria na formação dos novos jornalistas.

É preciso estar sempre adequando o ensino, a formação às novas realidades, às novas demandas da sociedade quanto às profissões a que eles se destinam.

Unidade: As novas diretrizes aprimoram o aprendizado do jornalismo?

VZ: As transformações têm sido imensas especialmente nas duas últimas décadas. Por exemplo, assessoria de imprensa, jornalismo público, jornalismo voltado para o terceiro setor, jornalismo onwline, entre outros novos segmentos que se desenvolvem aceleradamente, precisavam estar mais contemplados nas grades curriculares.

Batalhamos por isso quando nos envolvemos ativamente no processo de construção destas novas diretrizes. Consideramos que elas avançam neste sentido.

Para nós, da FENAJ e Sindicatos, elas trazem mais equilíbrio entre teoria, técnica e ética, valorizam a especificidade dos cursos de jornalismo, agora autônomos, e propiciam maior qualificação da formação acadêmica adequada à função social do Jornalismo de produção de informação voltada ao interesse público.

Unidade: A quebra da obrigatoriedade do diploma de jornalismo de alguma forma influenciou ou evidenciou a necessidade de uma renovação no curso?

VZ: A atualização e a adequação de matrizes curriculares, a busca permanente e incansável da qualidade da formação são constantemente necessárias e por isso, sempre estiverem como uma das lutas maiores do movimento sindical dos jornalistas.

Não foi o fim da obrigatoriedade do diploma que influenciou.

Mas é justamente nossa compreensão da necessidade fundamental de que a formação do jornalista seja por meio de um curso superior específico em Jornalismo que faz com que nossa categoria profissional se envolva e lute tanto pela qualidade do ensino.

Unidade: Com a demora para a aprovação, a FENAJ considera que o texto está desatualizado?

VZ: Como se tratam de diretrizes gerais, caberá agora aos cursos, além de traduzir, avançar e aprofundar por meio da renovação e reformulação dos seus currículos, também já trabalhar na alteração curricular com perspectivas que não permitam tão rápidas desatualizações.

O problema maior da demora, que já vínhamos alertando e insistindo, foi porque os quase 400 cursos de jornalismo do país conscientes de que seus currículos estavam defesados já estavam há tempos prontos e necessitados de iniciar a reforma.

Unidade: Pesquisamos algumas universidades, algumas têm o padrão próximo ao solicitado outras estão bem distantes do mesmo, isso pode desencadear numa desigualdade de formação dos novos profissionais?

VZ: Não deveria, pois todos precisam adequar-se, reformular seus currículos e suas estruturas para desenvolvê-los. Se não o fizerem – e para isso têm dois anos de prazo a contar a partir da resolução que instituiu as novas diretrizes no último dia 1º de outubro – precisam ser avaliados pelo MEC e impedidos de continuar funcionando.

A FENAJ e seus Sindicatos, juntamente com as demais entidades do campo do jornalismo, como alertamos na nossa nota oficial já divulgada, pretendem acompanhar a implantação das diretrizes e exigir seu cumprimento.

Ou seja, como historicamente fazemos, vamos continuar envolvidos com a defesa da qualidade da formação profissional, porque, na nossa opinião, ela é fundamental para a defesa do Jornalismo e seu exercício atendendo aos direitos da sociedade de ser informada com ética, pluralidade, democracia, qualidade, enfim, com o cumprimento do interesse público a que deve estar sujeita toda comunicação.

Unidade: Há algum ponto que a FENAJ considera importante ressaltar?

VZ: Reafirmar que defendemos e lutamos, ao mesmo tempo e com mesmo grau de importância, pela obrigatoriedade e a qualidade da formação superior específica em jornalismo porque entendemos que esta constitui uma das garantias do livre e ético exercício do jornalismo, só possível com profissionais formados com qualidade técnica e teórica por meio deste tipo de curso.

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