CARTA ABERTA À POPULAÇÃO
(Escrito pelos jornalistas, gráficos e administrativos da empresa)
É com muita tristeza que nós, funcionários e ex-funcionários do Jornal de Limeira (jornalistas, gráficos e administrativos), pedimos sua atenção para expor nossa situação.
Desde o início do ano, o Jornal de Limeira vem passando por dificuldades. Mas a causa principal não é a crise financeira, mas ela é decorrente de uma briga entre os seus dois sócios, a sra. Aguida Maria Santos e sr. Djalma Martins. Antes mesmo da disputa afetar diretamente as finanças do jornal, a empresa já não depositava regularmente o FGTS dos trabalhadores.
Em 2015, com a briga dos sócios, houve atrasos nos salários dos trabalhadores desde o mês de julho. Em agosto, a empresa deu férias coletivas para os trabalhadores da gráfica e, no início de setembro, fechou o parque gráfico e demitiu todos, sem ter, até o momento, pago os salários de agosto e nem as verbas rescisórias. Não foi feita ainda a homologação no Sindicato. Portanto, os companheiros da gráfica estão há 90 dias sem receber absolutamente nada da empresa.
No final de setembro foi a vez dos jornalistas receberem o aviso de férias coletivas e estão sem receber os salários de setembro. Até o momento, não há perspectivas de pagamento. Já os colegas do Administrativo continuam trabalhando, mas a maioria não recebe os vencimentos.
Essa situação já ultrapassou o limite aceitável e nossa paciência chegou ao fim. Isso sem contar que o fechamento de uma empresa do porte do Jornal de Limeira cria um grave problema social para nossa cidade.
Vivemos num clima de absoluta incerteza. Por um lado, a empresa seguidamente emite comunicados que mais desanimam do que animam, pois não pagam os salários e não retoma as atividades. Esses comunicados pretendem impedir uma revolta geral.
Essa mesma promessa de retomada das atividades foi feita aos anunciantes e assinantes, prometendo e prometendo. A diretoria vem adiando a data do retorno, sempre alegando a necessidade de uma decisão judicial que libere suas ações para obter empréstimos ou realizar a venda de imóveis. Mas o que emperra mesmo a questão judicial é a divergência entre os sócios.
Quem perde com o fechamento do Jornal de Limeira não são só os trabalhadores, em torno de 60, mas a população de Limeira e região que deixa de ter mais um veículo importante de informações que por mais de 30 anos manteve informado os lares da cidade, sempre pautado pela independência e imparcialidade.
Os Sindicatos dos Trabalhadores (Jornalistas, Gráficos e Administrativos) estão juntos conosco nessa luta. Queremos justiça! Queremos que nossos direitos sejam respeitados.
Nesse momento, além das ações, estamos realizando uma campanha de coleta de alimentos para os trabalhadores que estão sem salários há 90 dias.
Contamos com apoio das entidades sindicais da cidade e região bem como com a sociedade em geral, pois infelizmente a empresa Jornal de Limeira não honra seus compromissos com trabalhadores.
Foto de uma das assembleias realizadas no Jornal de Limeira
