Empresas pioram proposta na Capital, no Interior e Litoral; Sindicato exige reposição da inflação nos salários
A negociação salarial nas empresas de jornais e revistas da capital, interior e litoral está engessada pela intransigência patronal, pois as empresas se negam a repor nos salários os 8,76% da inflação acumulada nos 12 meses anteriores à data-base da categoria, 1º de junho, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor. Após diversas reuniões, as empresas insistem em propostas de reajuste abaixo da inflação.
No início das negociações, em junho, diante de nossa pauta – com o pedido de reajuste pela inflação e 3% de aumento real –, as empresas iniciaram propondo quebrar os 8,76% em dois reajustes de 4,29%, em 1º/6/2015 e 1º/1/2016 (salários acima de R$ 12.700 teriam reajuste menor). Com o andamento das negociações, chegaram à proposta de duas parcelas em junho e 1º/12/2015. Na última negociação, as empresas deram marcha-à-ré e instalaram um impasse, ao propor um reajuste único, retroativo a 1º/6, muito abaixo da inflação.
Nesse cenário, os representantes do Sindicato rejeitaram os argumentos das empresas. Naturalmente, a economia nacional enfrenta problemas, mas as empresas de comunicação estão entre os setores que receberam a maior desoneração fiscal desde janeiro de 2014. Na prática, foram injetados centenas de milhões de reais de dinheiro público no setor de comunicações, com a justificativa de manter o nível de emprego. As empresas recebem os recursos, demitem em massa e ainda querem achatar os salários de quem fica.
Interior e Litoral
Após três rodadas de negociação, o sindicato patronal também insiste em rebaixar salários e os demais itens econômicos, oferecendo 4,5%, quando a inflação do período é de 8,76%. Em relação à PLR, querem reduzir de R$ 955,00 para R$ 500,00 a ser paga em duas vezes e, não alterar mais nenhuma cláusula da CCT.
Na última negociação os patrões apresentaram a seguinte proposta: reajuste de 4,5% retroativo a 1º de Junho e o restante, 4,076%, a partir de janeiro de 2016, sem absolutamente nada de retroatividade, a PLR R$ 500,00 a ser paga em duas vezes e as demais cláusulas econômicas apenas 4,5%.
De acordo com Zé Eduardo, não é possível aceitar nada que seja abaixo da inflação. “O que se vê no dia-a-dia no interior, litoral e Grande São Paulo são os donos das empresas de comunicação ou familiares desfilarem pelas cidades com carro do ano. Na verdade eles não admitem diminuir sua margem de lucro e querem descontar em cima dos trabalhadores”, conclui.
Ao final da negociação a bancada dos trabalhadores apresentou a seguinte proposta de reajuste: INPC retroativo a 1º de junho para todas as cláusulas econômicas, aplicado da seguinte forma: reajuste nos salários e nas cláusulas econômicas pelo INPC imediatamente após o fechamento do acordo, e a diferença relativa ao reajuste deverá se pago em janeiro de 2016. Quanto à PLR, mantém-se em R$ 955,00. Por fim reivindicamos estabilidade de emprego até o janeiro de 2016.
De agora em diante mais do que nunca é fundamental o envolvimento e a participação da categoria na Campanha Salarial para que possamos enfrentar a gana patronal. “Entendemos que duas questões são fundamentais nesse momento, a manutenção dos empregos e o reajuste dos salários pela inflação. A luta é árdua, por isso é fundamental nossa unidade, resistência e luta”, destaca Zé Eduardo.
Em defesa dos empregos e salários
Neste ano, a campanha salarial se pauta pela defesa dos salários e dos empregos. Buscamos negociar cláusulas de manutenção dos postos de trabalho, e deixamos claro que não se pode aceitar menos que a reposição integral da inflação, já que os salários estão sendo corroídos pelos aumentos generalizados de preços. Na mesa de negociação, os representantes patronais rejeitam a correção dos salários, e também descartam cláusulas que impedem demissões em massa ou obrigam as empresas a avisar o Sindicato com antecedência se houver planos de corte de profissionais.
A direção sindical visitará as redações para informar a categoria e debater os próximos passos da campanha salarial. O desafio coletivo é demonstrar às empresas que os jornalistas estão descontentes e a reposição integral das perdas salariais é fundamental para a categoria