O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo deu início, na manhã desta quarta-feira, 20 de junho, à Campanha Salarial de Jornais e Revistas do Interior e Litoral de 2012. Já na primeira rodada de negociação com o sindicato patronal, o SJSP reafirmou a garantia da data base da categoria, que é 1º junho, a manutenção de itens já acordados na última negociação e o comprometimento da reposição da inflação pelo índice final apurado pelo INPC.
A direção do Sindicato apresentou a pauta aprovada em assembleias dos jornalistas, que reivindica o piso estadual unificado de R$ 4 mil para jornada de 7 horas, vale refeição de R$20 ao dia, PLR de um salário nominal, adicional para jornalistas de imagem, adicional para trabalho multiplataforma, respeito à jornada com pagamento de horas extras, licença maternidade de seis meses, auxílio creche extensivo aos pais, melhores condições de trabalho, fim da pejotização e do assédio moral e cumprimento da Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que impede demissões imotivadas,ou seja, sem justificativa.
O presidente do SJSP, José Augusto Camargo (Guto), apresentou como destaque da negociação deste ano a criação de uma política de equiparação de salários. “O grande debate desta negociação é a diferença salarial que existe entre os jornalistas do Interior e Litoral e os profissionais da Capital. Estamos, ano a ano, trabalhando para a construção de um piso único para todos os segmentos. Mesmo que alguns jornalistas ganhem acima do piso, ele é uma referência muito importante”, afirmou Guto.
Fim das demissões e do assédio moral
Já o secretário do Interior e Litoral, Edvaldo Antonio de Almeida, ressaltou a necessidade de implementação da Convenção 158 da OIT nas redações de todo estado, onde é grande o número de demissões sem justa causa. “Essa ferramenta que a empresa tem sobre o trabalhador gera um clima de instabilidade, por isso é importante o cumprimento da Convenção”. O diretor também lembrou da necessidade de criação de um Plano de Carreira principalmente para os profissionais com longo tempo de trabalho.
O diretor José Eduardo de Souza destacou o número assustador de denúncias recebidas pelo Sindicato sobre casos de assédio moral nas redações tanto da capital quanto do interior. “Seria importante acordarmos um compromisso mais enfático para coibir essa prática, como promover palestras nos locais de trabalho ou uma campanha de esclarecimento”, disse José Eduardo.
Além dos três dirigentes, o secretário geral, André Freire, também participou da primeira rodada de negociação. Pela bancada patronal estiveram presentes o tesoureiro do Sindjori (Sindicato de Jornais e Revistas do Interior), Edvaldo Augusto Vicente, e os representantes do Diário do Grande ABC, Kátia Carrasco, e do Grupo RAC (Rede Anhanguera de Comunicação), Sérgio Roberto de Souza Pinto, responsável pela publicação dos jornais Correio Popular, Diário do Povo, Notícia Já, Gazeta do Cambuí, Gazeta de Piracicaba, Gazeta de Ribeirão, revista Metrópole e Portal Rac.
Nova reunião acontece no dia 4 de julho próximo, com o compromisso de apresentação da contraproposta patronal.
