Sindicato e ARFOC rejeitam colete de identificação oferecidos pela PM e exigem audiência com o Governo para colocar fim à violência nas manifestações
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e a Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Estado de São Paulo (ARFOC) reiteram a posição aprovada em plenária pela categoria, no dia 28 de fevereiro, de não aceitar coletes de identificação para cobertura de manifestações patrocinados pela Polícia Militar. As entidades também exigem audiência com o Governo do Estado para colocar em prática ações que coloquem fim à violência militar durante a cobertura de protestos.
Em nota em sua página na internet, a PM anunciou a distribuição de 150 jalecos para profissionais que desejam cobrir o terceiro ato contra Copa, nesta quinta-feira, dia 13. A deliberação do Sindicato é clara: os jornalistas – texto, rádio, tv e cinegrafistas – não aceitarão qualquer identificação fornecida pelo Comando da Polícia Militar.
A orientação do SJSP e da ARFOC é de que a iniciativa de identificação e segurança dos jornalistas parta das empresas de comunicação das quais eles trabalham. Em relação a equipamentos de segurança, ficou acordado que ele será opcional – a critério de cada profissional.
A última manifestação
A última manifestação ocorrida, no dia 22 de fevereiro, teve um saldo alarmante de violência contra jornalistas. Cerca de 19 jornalistas foram agredidos e, outros tantos detidos em pleno exercício da profissão.
O fotógrafo frellacer da Agência Brasil Photo Press, Aloizio Maurício, contou que devido aos frequentes episódios de violência policial fez a cobertura identificado e, mesmo assim não foi respeitado pelo Comando (como mostra a foto acima). Ele disse que se apresentou como imprensa e a resposta foi: “senta, senta seu lixo”! Isso antes ter presenciado outra agressão a um colega que estava atrás dele.
Deliberação da Plenária São Paulo – 28 de fevereiro de 2014
A identificação prévia dos jornalistas para atuar em manifestações públicas não é aceitável, pois fere o direito de livre exercício profissional e de liberdade de imprensa. Oficialmente, a única identificação aceitável é o registro profissional (MTB), o que não se confunde com o direito de livre expressão e de registrar individualmente os fatos, prerrogativa de todo cidadão.No entanto, em zonas de conflito, o jornalista pode usar equipamento de proteção com identificação, a decisão é pessoal.
SJSP e ARFOC
OBS.: O Sindicato fará nova Plenária de Violência Contra Jornalistas no dia 17 de março, às 19 horas, na sede da entidade – Rua Rego Freitas 530, sobreloja.