Na última quinta-feira (05), o jornalista, cartunista e escritor Henrique de Souza Filho, o Henfil, completaria 70 anos de história e luta. Ele era sindicalizado ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) desde o dia 13 de setembro de 1983, registrado sob o número 12.464. Recebeu a indicação de Rosa Maria Sposito e Regina Lucia Pimenta de Castro, duas jornalistas mais antigas, para se associar.
Henfil contribuiu com as publicações do Sindicato no final da década de 1970 e início dos anos 1980, deixando seu famoso traço no boletim Mural e no jornal Unidade. Em 1984, participou ativamente das ações do SJSP, ao integrar a diretoria da entidade, como titular do Conselho Fiscal.
Em janeiro de 2008 o Sindicato publicou uma revista intitulada “Henfil – Filho do Brasil”, em homenagem aos 20 anos de sua morte e ao seu profissionalismo ético e coerente, em denunciar, com seu humor as arbitrariedades cometidas contra os brasileiros pela ditadura militar.
Carreira
Henfil nasceu em 05 de janeiro 1944 em Ribeirão das Neves (RJ). Em 1960, começou a se especializar em ilustração e produção de histórias. Sua carreira teve início em 1964, na revista Alterosa de Belo Horizonte. Lá ela criou um dos seus personagens mais famosos, “Os Fradinhos”. Em 1965, fez caricaturas para o Diário de Minas. Depois passou em 1967 pelo Jornal dos Sports do Rio de Janeiro e em 1969, se fixou no Pasquim e no Jornal do Brasil, onde seus personagens ganharam projeção nacional
Em 1970, lançou a revista Os Fradinhos com desenhos humorísticos, críticos e satíricos, com personagens que retratavam os brasileiros e situação da época. Colaborou também nas revistas Visão, Realidade, Placar e O Cruzeiro.
Também teve uma atuação marcante nos movimentos políticos e sociais do país, lutando contra a ditadura, na greve dos jornalistas em 1979, pela democratização do país, pela anistia aos presos políticos e pelas Diretas Já. Na história dos quadrinhos no Brasil, renovou o desenho humorístico com seus personagens “Os Fradinhos”, o “Capitão Zeferino”, a “Graúna”, e “Bode Orelana”, entre outros.
Devido a uma transfusão de sangue em um hospital público, durante tratamento de hemofilia, contraiu o vírus da Aids e faleceu em 04 de janeiro 1988, em decorrência da doença.
Legenda: Ficha de sindicalização de Henrique de Souza Filho, o Henfil
