Paralisação de jornalistas por falta de pagamentos completa 16 dias
A greve devido aos atrasos de pagamentos no Diário de S.Paulo completa 16 dias nesta quarta-feira (25) e na tarde de hoje, às 15h30, ocorre a segunda audiência no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT2-SP), na capital paulista. A primeira audiência, no último dia 20, terminou sem acordo porque a empresa alegou falta de recursos para quitação dos débitos.
A adesão à paralisação é forte desde o início da greve, que começou no último dia 10. A mobilização organizada foi a única alternativa dos jornalistas para enfrentar o problema dos frequentes atrasos de pagamentos, que têm ocorrido desde o ano passado, além da precarização geral das condições de trabalho no jornal, como falta de água, telefone e internet cortados, ar condicionado quebrado e pejotização até de estagiários.
Na redação, parte dos jornalistas recebeu em agosto o pagamento de julho e outros um adiantamento salarial no último dia 20 de agosto, e, desde então, os profissionais não receberam mais qualquer valor. Fora os salários e benefícios, outra questão é que os trabalhadores saem de férias, mas não recebem salário e o adicional de um terço nem antes e nem depois do retorno ao jornal. O recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) também tem atrasos desde 2014.
Os trabalhadores e trabalhadoras realizaram assembleia na tarde da segunda-feira (23) e, em seguida, uma comissão de jornalistas e sindicalistas se reuniu com a direção da empresa, mas, novamente, o diálogo terminou sem qualquer negociação.
A direção do Diário propôs aos jornalistas que um terço dos grevistas voltasse ao trabalho com a promessa de que parte dos valores em atrasos seriam pagos na próxima semana, porém, a proposta não foi aceita pelos profissionais por não contemplar a quitação total da dívida com os trabalhadores.
Na reunião, a contraproposta do Sindicato dos Jornalistas foi de um calendário para quitar os débitos, com pagamento dos salários de agosto e setembro até o final de outubro e regularização da situação a partir de novembro, bem como de um cronograma para resolver também os atrasos do FGTS, mas a empresa recusou.
Contribua com o fundo de greve
Diante da gravidade da situação dos profissionais após meses de atrasos nos pagamentos, o Sindicato dos Jornalistas criou um Fundo de Greve Especial e conta com a solidariedade da categoria para contribuir com os grevistas do Diário de S.Paulo.
Basta colaborar com qualquer quantia com depósito na seguinte conta bancária:
Caixa Econômica Federal
Agência 4070
Conta corrente operação 003/0001143-3
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
CNPJ 62.584.230.0001-00
Uma comissão de jornalistas do Diário está fazendo a gestão do fundo e os valores arrecadados serão utilizados de acordo com a necessidade dos profissionais. Desde a última sexta-feira (20), quando o fundo de greve foi criado, foram arrecadados R$ 915,00.
Escrito por: Flaviana Serafim – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo