Assembleia na terça (22) discutiu proposta do TST de suspensão da paralisação. Para trabalhadores, é preciso o pagamento dos dias parados e prorrogação do Acordo Coletivo de Trabalho até o fim das negociações.
Em assembleia realizada na tarde desta quarta-feira (22), os jornalistas e radialistas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) decidiram pela continuidade da greve iniciada no último dia 14, nas praças de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, pelas categorias que lutam contra o congelamento de salários, benefícios e a retirada de direitos como os Vales Cesta Alimentação extras e o Vale Cultura.
Em pauta, estava a proposta do Tribunal Superior do Trabalho (TST) feita em reunião entre os sindicatos de jornalistas e de radialistas do Distrito Federal e a vice-presidência da corte. Após encerrar unilateralmente as negociações na nona rodada da Campanha Salarial 2017-2018, no último dia 16, a empresa havia ingressado com pedido de dissídio coletivo no TST, no qual ainda pede liminar contra a greve. Isso levou os sindicatos a buscar um diálogo com o ministro do TST Emmanoel Pereira, para explicar as mentiras da EBC no seu pedido de liminar, na terça (21).
Pereira propôs aos trabalhadores em greve que suspendessem o movimento entre os dias 23 e 28 e, em contrapartida, o ministro não julgaria o pedido de liminar e assumiria papel “protagonista” de mediação junto ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão da União. Ainda, traria uma proposta mediada para ser apresentada aos trabalhadores na próxima segunda-feira (27).
Após cerca de três horas de debate na assembleia, os trabalhadores decidiram manter o movimento, mas afirmaram que estão dispostos a suspender a paralisação caso seja possível garantir dois pontos: o abono dos dias parados por parte da empresa e a prorrogação do atual Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que, perde a vigência no próximo dia 30 de novembro.
Em São Paulo, a estratégia construída junto às outras praças foi aprovada por unanimidade, mostrando a unidade dos trabalhadores e das trabalhadoras.
A proposta será apresentada ao ministro do TST e as categorias voltam a se reunir em assembleia nesta sexta-feira (24), quando podem decidir pela suspensão da greve.
Em São Paulo, nesta quinta-feira (23) o piquete começou às 7h e, às 13h30, as categorias realizaram uma roda de conversa sobre comunicação e racismo com a participação de Flavio Carrança, da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-SP) do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP).
Os trabalhadores divulgaram moção de repúdio à atitude racista protagonizada por Laerte Rimoli, presidente da EBC, que em sua rede social publicou várias postagens ironizando a atriz Taís Araújo por ela reclamar do racismo sofrido por seus filhos.
Escrito por: Redação – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Foto: Cadu Bazilevski/SJSP