O ex-presidente do Corinthians, Andres Sanchez, funcionários do clube e da Odebrecht agrediram nesta quarta-feira (27/11) o repórter Daniel Vasques, da Folha de São Paulo. O jornalista cobria o acidente no estádio Itaqueirão que vitimou dois trabalhadores. Após ser xingado e agredido com socos nas pernas, Vasques foi forçado a apagar fotos tiradas com um celular e foi expulso do local. O presidente da FENAJ, Celso Schröder, condenou as agressões e o cerceamento da liberdade de imprensa.
Segundo a FSP, Daniel Vasques tentava tirar fotos de um caminhão esmagado e de um corpo preso que era retirado das ferragens em razão do desabamento da parte de uma cobertura do estádio previsto para sediar a abertura da Copa do Mundo de 2014, quando foi expulso por funcionários do clube, um funcionário da Odebrecht e xingado pelo ex-presidente do Corinthians.
Pouco depois, em outro ponto da obra, o repórter foi cercado, agredido e ameaçado. O ato foi acompanhado por um policial militar, que chegou ao local e disse que o repórter teria de apagar todas as imagens. Como o grupo agressor desconhecia que o jornalista portava dois celulares, ele apagou fotos e vídeos de apenas um dos aparelhos.
Tentando se justificar à imprensa, Sanches admitiu ter xingado o profissional, mas negou ter participado da agressão física. “Eu não encostei nele em momento algum”, disse. Argumentou, também, que o repórter mentiu, dizendo que era funcionário da Odebrecht para ter acesso a uma área restrita. O jornalista nega tal versão e sustenta que mostrou o crachá que o identifica como repórter da FSP.
Para o presidente da FENAJ, o episódio constitui um evidente cerceamento à liberdade de imprensa. “O jornalista estava a serviço, cobrindo um acidente de indiscutível interesse público e não podia ser impedido de exercer sua função profissional e social”, disse. “E além da injustificável agressão que sofreu, o mais absurdo é a participação de um policial militar que, ao invés de garantir a integridade do jornalista, força-o a apagar as imagens do celular”, protestou. O caso, segundo Schröder, tem que ser apurado pelas autoridades públicas e os responsáveis pelas agressões punidos.
Fonte: Fenaj