Finalmente saíram do anonimato os pleiteantes a fundar um sindicato dos Jornalistas “fantasma” na região Noroeste, com o intuito de dividir a categoria. Trata-se de Daniele Jammal, ex-diretora da Regional de São José do Rio Preto e que abandonou a subsede à própria sorte por se recusar a prestar contas das verbas que recebia para efetuar ação sindical na região e dois concorrentes da Chapa 2: Abrahão R. Hackme e o fotógrafo Márcio Correa Rogério, respectivamente indicados para o Conselho de Diretores e Diretor de Base.
Como se houvesse um “segundo turno”, os derrotados nas eleições decidiram fundar um Sindicato próprio, incensados pela ex-diretora que abandonou o cargo, por se recusar a prestar contas dos gastos da Regional, mesmo sendo diversas vezes convidada para isso. Amplo relatório sobre a má conduta da diretora que deixou seu cargo vacante foi realizado pelo Departamento Financeiro do Sindicato.
Os divisionistas convocaram uma assembleia para a noite de domingo através de edital apócrifo (portanto, irregular), publicado em jornais da região. Na quinta-feira passada, antes da assembleia, atendendo a pedido do Sindicato, o juiz federal da 3ª Vara do Trabalho de São José do Rio Preto, Marcelo Magalhães Rufino, expediu liminar tornando inválidos os efeitos da assembleia.
O juiz concedeu “tutela antecipada” a fim de “autorizada a realização da assembleia, restarem sustados seus efeitos até decisão final da ação”, já que, na sua avaliação “a mera realização da assembleia não autorizará que a comissão atue como sindicato, pois a legitimidade sindical apenas lhe será outorgada através do deferimento do respectivo registro perante o Ministério do Trabalho, com a concessão da certidão de registro sindical”. Um Oficial de Justiça compareceu a reunião e entregou cópia da liminar a um dos integrantes da mesa dos trabalhos, já que o responsável pela assembleia não constava no edital.
Fala proibida
Para participar da assembleia, o presidente do Sindicato José Augusto Camargo (Guto), e os diretores André Freire (secretário geral), Lílian Parise (Interior), Paulo Zocchi (Jurídico) e Edivaldo Almeida (adjunto do Interior) se dirigiram a Rio Preto. Estavam acompanhados do advogado do Sindicato, Vagner Patini. Foram recebidos pelos diretores regionais, Sérgio Sampaio e Harley Pacola. Também tiveram apoios de dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) da Capital e Região. Ao tentar participar da assembleia e pedir a palavra, os dirigentes foram impedidos. Houve discussão e foi necessária a presença da PM para garantir a palavra ao presidente reeleito.
“Uma diretora que se afastou por não prestar contas do dinheiro da categoria, aliada a derrotados da Chapa 2 pretendem fundar uma entidade que causa divisão na categoria e facilita a vida dos patrões. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo não pode ter 75 anos de história pisoteados por pessoas cujos interesses são desconhecidos”, diz Guto.
Na ata da reunião, participaram 11 pessoas, das quais 8 votaram pela criação do Sindicato divisionista, 2 se abstiveram e 1 voto foi contrário.
Na foto, Guto fala após presença da PM, com Danielle Jammal (na mesa) e membros da Chapa 2
